ATÉ ONDE ATÉ QUANDO


 

Até onde for possível

ao acordar toda manhã

e ver o Sol ou a chuva a cair

quero dar graças pela possibilidade

de viver mais um dia feliz

 

e ao me ver no espelho

quero rir, rir de mim mesmo

que a vida não é de se levar tão a sério

pois há de se ter leveza

até onde for possível.

 

Até onde for possível

quero continuar com minha insensatez

ter medo de bicho assombração

olhar debaixo da cama temendo um ladrão

testar a fechadura da porta um tanto de vez

 

quero me desocupar de coisas demasiado sérias

ter animadas conversas com o cão lá de casa

tomar sorvete sem sentimento de culpa

e abrir a geladeira para pensar o que fazer

 

continuar com essa mania de pensar demais

e agir de menos

viver no mundo da lua

e esquecer das coisas que não deveria

até onde for possível.

 

Até onde for possível

quero ser simples

correr das coisas complicadas

das pessoas frias e arrogantes

cultivar as alegrias do dia a dia

 

quero crer na honestidade

ser autêntico, ser eu mesmo

ter respeito pelo outro

até onde for possível

quero ser livre

até quando for possível.

 

Até onde for possível

quero acreditar no meu país

ter esperança nos políticos e dirigentes

que a prosperidade e a paz venham para todos

e o povo todo possa ser feliz

 

ainda irei acreditar no amor

na possibilidade de amar e de ser amado

sabendo ser ele uma força poderosa

 esperança do mundo novo

até onde for possível.

 

Até onde for possível

isso que faz parte de meu viver

irá um dia acabar, vai desaparecer

e quando esse dia chegar

- eu bem sei –

deixarei de ser possível

já não terei a possibilidade

de tornar tudo possível.

Etelvaldo Vieira de Melo

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