OS CORPOS ESQUECEM

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Imagem: philosttwo.blogspot.com.br

Poemas são ardência     são porrada
fantasmas de Woodlark  no rumor
da língua.
Imagens    citações   notas   colagens
trechos de canções
50 tons de filmes
numa voz ritmada      dúvida cartesiana
inflamação textual    abismo na página.
Os poemas são a  exposição plena ao contágio
das releituras      Mnemosyne
aqui/ali   imagens   palavras
alacridades de átomos
y  formas solenes
em fórmulas falíveis.
Graça Rios



BELEZA PURA

Ivani Cunha

FÁBULA NEBULOSA: QUANDO O RABO QUIS SER CABEÇA

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Imagem: canoinhasonline.com.br
FÁBULA NEBULOSA 9: QUANDO O RABO QUIS SER CABEÇA

Certa vez, a cauda de uma cobra cismou que ela é quem deveria conduzir o ofídio, em vez de ser a cabeça. Ela se sentia cansada de ser jogada de cá para lá, sem poder decidir pra onde ir.  Às vezes, estava se deslocando tranquila em reta quando, num repente, era empurrada para a esquerda; em outras, fazia bonito uma curva à direita e, sem mais e sem menos, era puxada pro centro. – Assim não dá – ela pensou; já não aguento mais! – Os outros membros disseram que seu desejo era uma temeridade: por acaso tinha ela cabeça e olhos? tinha como se colocar á frente? Não houve meios de convencê-la, e o bom senso foi derrotado. Assim, assumiu a cauda o comando, passando a dirigir o corpo inteiro. Às cegas, foram trombando em tudo, até que acabaram caindo num precipício coberto de espinhos. A cobra foi toda ferida. Foi quando a cauda se dirigiu à cabeça, pedindo-lhe desculpas e suplicando para que salvasse a todos.

Moral: Assim acontece, quando pessoas inabilitadas e impróprias assumem o governo de um país. Por isso, as guerras e a pobreza, sem que as nações atinjam o desenvolvimento e o progresso para todos.

Etelvaldo Vieira de Melo 

APENAS UMA PEDRA E O DESEJO DE REPOUSO

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Imagem: Entrada de Jesus em Jerusalém - Giotto

Um jeito de estar
na matéria e no nome
mirando transgressores o burrinho de Giotto

Ao redor de nós
a Hidra no quintal
e o crime de sábado no jornal

A humana nossa histriônica raiz
com seus dentes de sabre
perplexidade e escavação

É a mesma do eco descontínuo
geométrica áurea razão cardíaca
do tempo e das imagens
Graça Rios


QUESTÃO CIRÚRGICA

Ivani Cunha

FIM DOS TEMPOS: RASPA O TRAVESSÃO!

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Imagem: folha.uol
“Eu decidi assim porque acredito que a justiça e a honestidade te levam adiante. Por fim, nós jogadores profissionais temos um papel de modelo para com os jovens jogadores e torcedores” – Fala não de Jô, mas de Felix Bastians, jogador do Bodum, time da 2ª divisão de futebol da Alemanha. No jogo contra o Darmstad 98, aos 17 minutos do segundo tempo, estando seu time perdendo por 1 X 0, ele caiu na área adversária em disputa com Sandro Sirigu. Pênalti marcado. No entanto, o juiz cancela a penalidade, depois de conversar com Bastians, que admite que não houve falta.
            O dia 16 de setembro de 2017 apareceu e desapareceu sem que se concretizasse aquela ameaça que chegou aos meus ouvidos: o tal Armagedão, a catástrofe que iria desabar sobre o Brasil.
            No dia seguinte, domingo, tudo ia aos conformes até as 16 horas. Pensava eu: como o pastor vai justificar o fracasso de sua previsão de hecatombe para o país?
            Enquanto pensava essas coisas, assistia pela TV ao jogo de futebol entre Corinthians e Vasco. Estávamos na 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, liderado com folga pelo Corinthians, 7 pontos á frente do segundo colocado. O jogo era na Arena Corinthians, em São Paulo, com público de 41.235 pagantes.
            Apesar de dominar a partida, o Corinthians não conseguia marcar seu gol. Finalmente, aos 38 minutos do segundo tempo, Marquinhos Gabriel, que havia substituído pouco antes Jadson, fez um cruzamento para Jô entrar com bola e tudo nas redes. Gol! Gol do Corinthians! O juiz aponta o centro do gramado. A torcida explode em comemoração.
            Jô pega a bola, mas, em vez de correr para o abraço dos companheiros e da torcida, vai até o juiz, colocando a bola no chão. Pela TV, vejo que gesticula, bate a mão no braço, conversa com o juiz. O estádio é tomado de silêncio, a torcida não entende o que acontece; comentaristas, narradores e repórteres discutem uma explicação. A TV reprisa o lance por vários ângulos. Uma das câmeras mostra o que aconteceu de fato: em vez de cabecear, Jô tocou a bola com a mão. Era isso que ele falava ao juiz. Esse, depois de consultar os bandeirinhas, finalmente coloca a bola na marca, indicando tiro livre indireto para o Vasco: o gol havia sido anulado.
            O jogo termina empatado, estando agora o Corinthians 8 pontos à frente do primeiro concorrente.
            Após o jogo, diante de uma profusão de microfones, Jô explica o que havia acontecido:
            - O gol foi ilegal. Em vez de cabecear, toquei com a mão.
            - Para o juiz, tinha sido legal – falou um afoito repórter. – Por que você não deixou passar?
            - Pode parecer bobagem – falou Jô, passando a mão pelo rosto suado, enquanto fazia uma careta - mas esta é a minha contribuição para ajudar o país.
            - Como assim?
            - Minha mãe sempre me disse: se cada um cuidar de varrer a porta de sua casa, a rua ficará limpa. É isso. O Brasil vive uma crise moral sem precedentes. Acho que cabe a cada um fazer sua parte, dando bom exemplo. O que fiz aqui hoje pode ter sido uma simples gota d’água, mas ela poderá se juntar a milhares, milhões de outras para lavar a sujeira de corrupção e de imoralidade que assalta o país. Se ficasse calado, estaria reproduzindo os erros que não aceito. Este é o meu recado para os políticos, os magistrados, banqueiros, empresários e todos os sonegadores do país: chega de roubo, de mentira, desonestidade, de falta de vergonha na cara.
            No dia seguinte, o país amanheceu em convulsão. Todos comentavam o sucedido, milhares, milhões de vozes se somaram à fala de Jô. As pessoas erradas perceberam que algo de novo e extremamente perigoso estava no ar. A imprensa internacional – New York Times, Le Monde, Yomiuri Shimbum, El País, Corriere della Sera e até mesmo o Financial Times – destacou o feito em matérias de primeira página.
            Curioso, quis ler o que dizia a reportagem do Le Monde, quando fui surpreendido por um grito vindo da TV:
            - Tá no filó! Goool! Gol do Corinthians! Jô é o nome da fera. E aí, Kafunga, gol legal?
            - Tem coré-coré: gol barra suja! Foi com a mão, com la mano, todo mundo viu, menos esse juiz mentecapto.
            Já era tarde, a TV mostrava lances da partida. Parece que eu havia dormido. Misturei as emoções. O sentimento de esperança sendo substituído pela decepção e pela tristeza. O domingo chegava ao fim. Uma tragédia desabava sobre minha cabeça.

Etelvaldo Vieira de Melo

TOCA UM TANGO!

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Imagem: br.viator.com
                         
Nas instâncias do momento zero,
escrevo  nesta verbal volúpia,
Sir Arthur Conan Doyle,
a  face fraca do poema.
Filósofo da linguagem,
apareço no livro,
moi, Sherlock Holmes,
xixi escorrendo normal pelas pernas,
com o tema do camarim.
Ouve este blues:
puro açúcar do desejo.
Graça Rios



EM BOM PORTUGUÊS

Ivani Cunha

É AGORA O FIM DOS TEMPOS?


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           Já o disse minha parceira de blog: a função do cronista é olhar e descrever o que está ao seu redor. E tudo bem se o objeto olhado for interessante e a descrição convincente.
            Para atender a tal preceito, o bairro onde moro, Barmeiras – em Belozonte, já está ficando mais repetitivo que o seriado Chaves, do SBT. E não adianta eu falar que foi “sem querer, querendo”, já que meus leitores são aborrecidos e impacientes. Conclusão: a audiência do blog anda mais em baixa do que prestígio de político.
            Eu poderia usar da psicologia, falar do que observo na pista de caminhada que frequento uma vez ou outra. Para os leitores masculinos não adeptos do MBL, poderia descrever as bundas femininas que abundam na minha frente durante as caminhadas, algumas desprezíveis e outras abundantes. Para as mulheres, poderia falar sobre os looks com que desfilam, dos lançamentos em blusas, calças de moletom e tênis. Mas tenho dúvida se vai adiantar alguma coisa falar dessas coisas.
            Estando na iminência de não ter o que dizer esta semana, fui salvo na última volta do ponteiro: fazendo compras num supermercado após a caminhada, ouvi um cliente comentar:
            - Você viu o que aconteceu em Santa Catarina?
            - Não, não estou sabendo de nada.
            - O mar invadiu o continente em cerca de 500 metros; no Uruguai, a invasão foi de um quilômetro. O pastor da minha igreja falou que neste final de semana, dia 16, vai acontecer uma tragédia no Brasil.
            - Ora – falei com ironia; - em Brasília, acontecem tragédias todos os dias.
            Estava me referindo ao caos político e de corrupção em que o país vive mergulhado. O evangélico parece não ter gostado de minha intervenção: olhou para mim com cara de poucos amigos.
            “Também pudera” – pensei. – “Não é a bancada evangélica um dos pilares do congresso corrupto?”
            Aí está, eu me indispondo com mais gente. Mas não posso deixar passar a oportunidade de alfinetar aquilo que me incomoda; no caso, pessoas sem escrúpulos que usam a religião para obterem cargos políticos. A carapuça vai servir naquelas que agem assim.
            Estou fechando este texto às vésperas do dia 16, o dia do Armagedão? Se a tragédia acontecer, estarei transcrevendo uma premonição; caso contrário, será um blefe, e deixo por conta dos pastores as desculpas e justificativas.
            Anos atrás, nos tempos doloridos da ditadura, quando a grande imprensa queria abafar algo perigoso, inventava reportagens sobre OVNIs e ETs. Noan Chomsky, em Mídia – Propaganda Política e Manipulação, mostra qual o cuidado que o povo, chamado de rebanho desorientado, necessita. Diz ele: “O rebanho desorientado sempre representa um problema. Temos que impedir que saia por aí urrando e pisoteando tudo. Temos de distraí-lo. Ele deve assistir aos jogos de futebol, às séries cômicas ou aos filmes violentos. Você tem que mantê-lo bem assustado, porque, se não estiver bem assustado, ele pode começar a pensar, o que é muito perigoso, porque ele não é preparado para pensar. Portanto, é importante distraí-lo e marginalizá-lo”.
            Esta citação do Chomsky é um brinde para os pacientes leitores, com o pedido de desculpas pela brincadeira com que iniciei o texto. Falando seriamente, espero que esse anúncio de tragédia que pode desabar sobre o país agora, neste sábado 16, não seja mais um artifício para anestesiar a população, esse rebanho desorientado, diante de graves denúncias que envolvem as “otoridades”, notadamente a “quadrilha mais perigosa do país”. Aquelas malas com mais de R$50 milhões, por exemplo, estão atravessadas na minha garganta, são mais uma bofetada na cara das pessoas honestas desse Brasil.
Etelvaldo Vieira de Melo

O BRANCO NO PRETO

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Imagem: neuruece.blogspot.com.br
O cego:
           - Pode me explicar o que é o branco?... Ué, por que torceu o meu
braço esquerdo?
           - Isso é o branco.
- Qual é a cor do cavalo branco de Napoleão?
- Branca.
            - O contrário de branco?
            - Preto.
            - De preto?
            - Branco.
            - De verde?
            - ???
            - Maduro!
- O que disse o Mar Vermelho à praia branca?
- Nada. Só fez onda.
            O peixinho branco:
            - Estou apeixonado.
            - Nada...
Graça Rios





NOVOS ARES

Ivani Cunha

FÁBULA NEBULOSA: O BAFO DO LEÃO

Imagem: tumbir.com
FÁBULA NEBULOSA 29: O BAFO DO LEÃO

O Leão, tomado de grande preocupação
Uma assembleia dos animais queria
Para decidir uma séria questão:
Seu bafo cheirava ou seu bafo fedia?

- Vassalos, vou consultá-los em particular
Para que cada um diga o que sente
Assim, diante do todo parecer
Tomarei a atitude pertinente.

Aos que diziam ser seu bafo fedorento
O leão ficava indignado e sentenciava violento:
- Como atreves dizer que o bafo de teu rei fede?
E os devorava impiedosamente.

Já para os que diziam que o bafo cheirava
O rei da mesma forma os devorava
Dizendo serem eles aduladores, vis vassalos
Que mentiam, tentando enganá-lo.

Chegou a vez do macaco que, indolente
Disse estar tomado de grande indisposição
Tendo ido à Assembleia só por ser obediente.
Por causa de defluxo horrível, sentia cheiro de nada, não.

Riu o rei da sutiliza de tal declaração
Deixando o macaco em liberdade.
Moral:
Pois nem sempre é inconveniente
falar o que não tem utilidade.
Etelvaldo Vieira de Melo

AXIOMA DO MAIOR POEMA

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Imagem: twitter

Os poemas são meio surdos:
os  poemas na sombra das coisas.
Os poemas são devassa: o arco enverga a prosa,
a imagem diz que vem, mas fica
num saco de Pavlov
onde se guardam memórias finas escapando
nos vidros por trás do saco
e  no tom da tua voz.
Graça Rios


SEMPRE BEM

Ivani Cunha


EITA PINGUELA DANADA!

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Imagem: evivaafarofa.blogspot.com
EITA PINGUELA DANADA!
Dezembro de 2016. Tomadas de preocupação, as pessoas se preparavam para as festas de fim de ano. O país vivia momento de crise e a perspectiva era de um Natal pobre para quase todos os brasileiros. Atento, o governo Temer não queria que aquela fantasia secular morresse: cuidadosamente preparou seu presente, um bônus de R$105 bilhões para ser doado... às companhias telefônicas que operam no país (mais de R$87,3 bilhões em patrimônio, perdão de multas que chegam a R$20 bilhões) (1). Para as operadoras, ficou a certeza de que Papai Noel existe; para as pessoas, a possibilidade de continuarem trocando mensagens pelas redes sociais.
Mais uma vez, estou esbarrando em tema escabroso. Peço desculpas, tolerante leitor, mas não posso ficar aqui falando, por exemplo, sobre o sexo dos anjos, vendo o país ser dilapidado pela “quadrilha mais perigosa do país”, enquanto a miséria alastra entre os menos favorecidos.
Para início de conversa, devo dizer que, como assalariado e professor de disciplina da área de ciências humanas, tenho dificuldade em entender altos valores monetários. Até R$10 mil, meu cérebro é capaz de decodificar; a partir daí, ele começa a oscilar e a queimar neurônios. É por isso que tenho cuidado quando uma alta cifra é colocada na minha frente; prefiro tratar de valores menores. Como ocorre agora, assim espero.
Estou lendo que o governo Temer anuncia que o salário mínimo irá diminuir R$10 em 2018, passando de R$979 para R$969 (2). Estima-se uma economia de R$3 bilhões (ai,ai,ai).
Muito bem. Quero dizer: muito mal, muito mal para todos, menos para aqueles que têm no Brasil sua ilha de fantasia, ou seja, banqueiros, políticos, magistrados, grandes empresários, especuladores, sonegadores e afins.
Quer um exemplo singelo dessa casta de privilegiados?
Enquanto 45 milhões de brasileiros recebem salário mínimo (milhões nem chegam a isso), um magistrado do Mato Grosso recebeu em julho/2017 salário de mais de R$500 mil, enquanto outros dezoito receberam mais de R$300 mil. Ao ser indagado sobre o valor, muitíssimo acima do teto, respondeu o meritíssimo: “Tô nem aí” (3). Traduzindo esses valores, teremos: um assalariado tem que trabalhar 45 anos para ganhar o que um juiz ganhou de “trabalho” em um mês. Pode uma coisa dessa? Aqui no Brasil pode.
Vamos em frente. Para atingir a meta de um déficit de R$159 bilhões neste e no próximo ano (4), o governo Temer faz e desfaz coisas, deixando a maioria da população temerosa. Romero Jucá, aquele senador que, entre três denúncias de corrupção de políticos, está envolvido em quatro, líder do governo no Senado (também foi líder dos governos Lula e Dilma), diz que o Palácio do Planalto decidiu cortar 60 mil empregos públicos, visando atingir tal meta de déficit.
Pergunto: Vai cortar mesmo? Onde? Quando? Como? Fico sem entender, pois os dados abaixo parecem desmentir isso.
Está nos jornais: assessora especial de Marcela Temer, passando á frente de outros postulantes, acaba de ganhar um apartamento funcional. Isso porque ela “cuida das questões particulares da primeira dama em estrutura 100% custeada com dinheiro público” (5).
Finalizando, tentando preservar algumas dezenas de neurônios: para barrar denúncia de corrupção passiva, Temer reforçou a liberação de verbas para parlamentares. Quanto? Só R$1,8 bilhão (em junho/2017) (6). Segundo o Diário da Manhã, “o Governo Temer diz ser ‘normal’ liberar R$15 bilhões para convencer os deputados a barrar a denúncia por corrupção passiva contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara”.
Chega? Tem mais: a onda de privataria (7) volta a atacar, atingindo setores essenciais, caso da Eletrobrás. Para fazer dinheiro, o governo está privatizando até a máquina de fazer dinheiro, a Casa da Moeda. Enquanto isso, ruralistas devedores da Previdência (que, dizem, está falida) são perdoados em dívida de R$10 bilhões, o Banco Itaú é perdoado por dívida de R$20 bilhões (8).
Notícia discreta de jornais diz que “programas criados pelo governo podem perdoar dívidas tributárias de R$78 bilhões” (9). Isso explica um pouco porque não há dinheiro para a Saúde, a Educação e Saneamento, porque a Previdência está “falida”. Muitas empresas estão viciadas em sonegar impostos, esperando o perdão das dívidas. Para elas e para alguns outros vale a pena ser desonesto, sonegar impostos.
Ao fim de tudo (vendo bilhões serem desviados – só nos exemplos acima - enquanto o salário mínimo sofre a ameaça de corte de R$10), quero dizer que tudo isso que o governo faz e desfaz tem sentido. Afinal, ele foi colocado lá justamente para atender aos interesses dessas categorias. O povo, numa alusão a determinado técnico de futebol, não passa de mero detalhe.
Notas:
(1)   Presente para as teles pode chegar a R$105 bilhões: noticias.r7.com
(2)   Previsão de salário mínimo para 2018 cai para R$969: istoe.com.br
(3)   “Eu não tô nem aí”, diz juiz que recebeu mais de R$500 mil em julho: noticias.uol.com.br
(4)   Governo revisa meta fiscal para 2017 e 2018 para déficit de R$159 bilhões: economia.estadao.com.br 
(5)   Assessor pessoal de Marcela Temer recebe apartamento funcional: politica.estadao.com.br
(6)   Em meio à crise, Temer libera R$1,8 bilhão em emendas em julho: jconline.ne10.com.br
(7)   Privataria = cruzamento de privatização com pirataria; exemplo: uma empresa, onde foram investidos mais de R$400 bilhões, se vendida por... R$20 bilhões.
(8)   Carf decide a favor do Itaú em processo de R$25 bilhões de impostos: Globo / Equipe econômica decide perdoar dívida de empregador rural: Coluna do estadão
(9) Programas criados pelo governo podem perdoar dívidas tributárias de R$78 bilhões: economia.estadao.com.br
Etelvaldo Vieira de Melo