MÁ ÍNDOLE OU FALTA DE EDUCAÇÃO?

 

O lobinho pela mãe abandonado

Foi por um pastor adotado

Que lhe deu toda atenção e carinho

Além de paciente ensinar

A arte de roubar

As ovelhas do vizinho.


Tendo aprendido muito bem a lição

Pôs-se o guri a roubar ovelha até do patrão.

Este, ao se dar conta do ocorrido,

Reclama: - Por que fizeste isso comigo?

Ao que responde o lobinho sem pestanejar:

- Mas por que me ensinaste a roubar?

Moral:

Esta fábula reflete a questão: o ser humano é mau por natureza, ou é a vida em sociedade que o corrompe? Ela também nos ajuda a pensar sobre o quanto carregamos de herança genética e o quanto aprendemos com os outros.

Uma autoridade do país, o atual vice-presidente, criticou certa vez o povo brasileiro, dizendo que ele apresentava uma falha de caráter por causa de uma herança cultural: “Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. E a malandragem, nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano”. Já a fábula diz que somos moldados pela educação, que aprendemos através dos exemplos.

Desse modo, torna-se perigoso ficar transferindo para a população, o povo em geral, a responsabilidade que é daqueles que detêm o poder e daqueles que tiveram acesso à educação e que desfrutam de boa qualidade de vida.

A fábula quer dizer: não faz sentido ficar acusando o povo pelos pequenos deslizes que comete, justificando, assim, grandes faltas.

O povo necessita de educação, de bons exemplos. Daí, políticos, magistrados, líderes religiosos, autoridades e membros das elites precisam ser boas referências. Mas eu pergunto: - É isso que temos no país? Nossas elites são exemplos de honestidade, de honradez, de defensores da verdade e da justiça, de verdadeiro patriotismo?

É muito cômodo jogar a culpa de nosso atraso na conta de uma herança cultural, assim como é ridículo responsabilizar o pobre pela destruição do ambiente, como se ele fosse culpado pelas queimadas na Amazônia. O Brasil é o que é por conta da irresponsabilidade e da ganância de nossas elites. O povo propriamente deve ser o último a ser responsabilizado por alguma coisa. Quando faz algo errado, muitas vezes está se espelhando nos exemplos que vêm lá da cima.

Etelvaldo Vieira de Melo

SI LE GRAIN NE MEURT

Vídeo: Pinterest

A penumbra da chuva seria esquecimento.

Que esterco metafísico todos os propósitos,

raiva de ter rabo na memória!

Barca absorta, masturbo tempos onde cruzo com.

Plagiária de Vênus sob sensual sede solar,

jogo séries de mim de alguém dentro de mim.

 

- Depois, durmo - água dura   vaga   rendição -.

Graça Rios

SE FICAR, O BICHO PEGA; SE CORRER, O BICHO COME

 

Como haveria de dizer o brilhante ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, “houveram tempos” em que cultivei a pretensão de encontrar uma explicação racional para o sentido da vida, ou seja, em que seria capaz de encontrar uma resposta para estas três perguntas fundamentais: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?

O tempo foi passando e aquele propósito foi esvanecendo, esvanecendo, até sumir de vez. Hoje, contento-me com explicações periféricas, aquelas que me chegam através da leitura dos chamados ditados populares. O que tenho procurado fazer é ajuntar um daqui com outro dali para ver o que pode dar. Sei que os ditos populares representam o substrato de tudo aquilo que a humanidade foi aprendendo através dos tempos. Por se traduzirem em linguagem delimitada pelas circunstâncias, acaba de me cair a ficha, muitos deles se tornam incompreensíveis, à medida em que o tempo muda trazendo novos termos e novos conceitos. De qualquer modo, o que fica é sempre enriquecedor, contribuindo de seu jeito para desvendar o enigma da existência humana.

Um ditado antigo e ainda pertinente para os dias atuais é este: “Se ficar, o bicho pega; se correr, o bicho come”. Tal ditado fazia muito sentido no tempo em que as pessoas viviam mais no meio rural e estavam cercadas de bichos, muitos deles perigosos e selvagens. Hoje, quase não há mais bichos, domesticados que foram, e as pessoas já não correm o risco de serem pegas ou comidas. O ditado se torna pertinente pelo seu sentido figurado: vivemos situações sem saída, onde, de um jeito ou de outro, vamos nos dar mal.

Foi o que deduzi ao assistir a um vídeo, onde determinado cidadão extravasava sua indignação com o preço da tarifa da energia elétrica.

De uma conta de👉R$227,08, ele constatou que estava pagando 🔎R$176,00 (74,68%) de taxas (tributos, incluindo uma taxa de escassez hídrica, transmissão, distribuição, encargos, perdas, taxa de iluminação pública), enquanto 🔎R$51,39 (25,32%) ficavam por conta de seu consumo de energia. Ou seja: de R$10,00, R$7,50 eram pro governo, enquanto R$2,50 pagavam o serviço.

E o cidadão vociferava, quase eletrocutado de raiva:  - Isso aqui é escravidão? O povo é escravo? Tem que trabalhar pro estado ladrão? Cadê os hospitais funcionando? Cadê a saúde melhor? Cadê as estradas melhores? Esse país é livre?

Assistindo ao vídeo, fiquei pensando. Um antigo compositor dizia que o Brasil é um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. E, ainda com esses bônus: tem carnaval em fevereiro, tem futebol e tem uma nega chamada Tereza. Mas cabe perguntar: tanta coisa boa acaba sendo revertida em favor da maioria da população?

Desde que me entendo por gente, percebi que ser cidadão brasileiro é viver sendo jogado entre esses dois extremos: se ficar, o bicho pega; se correr, o bicho come.

Veja o caso da energia elétrica. Estando nas mãos do governo, temos uma exploração danada. Mas, e se cair para a iniciativa privada, vai melhorar? Ela que só pensa em lucro! Foi isso que assistimos com a privatização da VALE e das telefonias.

Falando em telefonia, depois de sugar tudo o que podia do governo e mesmo assim quebrar, a empresa da qual sou cliente acabou sendo leiloada entre outras três. E deste modo estou: sem opção de escolha, encurralado no dilema de se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Ou, no dizer de outro ditado: se sair da brasa, acabo caindo no espeto. Parece que ser brasileiro é ter a opção de não ter opção.

Mas, não obstante, porém, contudo, vislumbro uma luz no fim do túnel, capaz de me animar e acalmar o indignado cidadão da energia elétrica.  Pesquisando sobre a origem do ditado, descobri que ele é conhecido pela metade, faltando o complemento. Enunciado na sua forma original e verdadeira, ele diz assim: Se ficar o bicho pega. Se correr o bicho come. Se juntar o bicho corre. Daí: - Vamos juntar, gente, e fazer o bicho correr!

Etelvaldo Vieira de Melo


CEIA CIA

 

A panela ferve salsa cebolinha erva.

Rainha de Copas olha vermelho na cozinha.

Entoando vassoura,

limpa-me Carollina o último lírico cocô.

Trágico destino o de bicho condenado!

Chapeleiro Louco anuncia jantar nietzschiano:

          ‘O coelho está - quase - morto’

         - País dos Atos Ratos & Pratos! 

             Enfim, termina a censura.

     Alice e Arganaz, bem - a 2 - comidos,

               bebericam livres licor.

        Peixe-lacaio executa ao pistom

           o Réquiem de Mim menor.

Graça Rios

CONFESSO: CORTEI A CEREJEIRA!


Por causa de seu temperamento extrovertido, Fridolino Xexeo pode aparentar ares de arrogância, metidez. No entanto, trata-se de uma pessoa simples e agradável, tirando sua propensão de exagerar as coisas e de ser um tanto quanto aproveitador, pecadilhos de somenos importância. Ingenaldo, que detesta gente cínica e metida, é um de seus amigos mais próximos.

Ingenaldo gosta de adivinhações. Sabendo disso, Fridolino lhe propôs este enigma:

Em viagem, certo estudioso do comportamento humano chegou a uma ilha distante do oceano Pacífico. Os moradores dali – o pesquisador já sabia de antemão – apresentavam uma característica peculiar: quem era político só falava mentira; quem não era político só dizia verdade. Querendo saber quem era quem, o pesquisador perguntou a um indivíduo de topete e bigode, que usava uns exagerados óculos esportivos:

- Você é político?

O sujeito respondeu na língua nativa, deixando o entendimento do pesquisador do mesmo tamanho, sem nada esclarecer.

Outro indivíduo, agora um senhor de cabelos grisalhos e cavanhaque, traduziu:

- Ele disse que é político.

Já um terceiro personagem, um jovem de incipiente barbicha, contestou:

- Não. Ele disse que não é político.

Com base no que disseram, meu caro Ingenaldo, quem é e quem não é político nessa história?

Ingenaldo, que acompanhava com atenção a narrativa, ao ser questionado, tirou do rosto seus óculos de armação azul e ficou limpando lentamente suas lentes com um lenço de papel. Depois, conferiu contra a luz se estava tudo certo. Aparentemente satisfeito, colocou os óculos de volta entre as orelhas. Só depois desses preliminares é que falou:

- Está aí uma coisa que me incomoda muito, uma das grandes tragédias dos tempos modernos.

- O quê? – quis saber Fridolino Xexeo. O fato de os políticos serem mentirosos?

- Não. Estou me referindo a esse dualismo entre verdade e mentira. Seria bom demais se as pessoas só dissessem a verdade ou, então, só mentissem. Não haveria o risco de alguém ser enganado.

- Mas, então, por que as pessoas mentem?

- Vivemos uma época onde os valores são pervertidos, com mentira e verdade sendo relativizados. O que predomina mais do que nunca é o interesse: se for de meu interesse acreditar em algo, ele passa a ser verdadeiro para mim. Então, começo a usar até mentiras para justificar o que me interessa.

- Dentro do princípio de que os fins justificam os meios.

- É por aí. Além disso, o que determinada pessoa fala ou faz deixa de ser desabonador, desde que na essência estejamos de acordo. Essa máxima acaba valendo para quem está à direita, à esquerda, ao centro e até para quem não sabe em que lado está.

- Realmente, essa relativização da verdade é algo terrível. A verdade, que deveria ser um valor supremo, acaba sendo sujeitada aos interesses. É isso que te incomoda?

- Sim, meu maior medo é ver as pessoas misturando interesse com verdade, achando que verdade é aquilo que lhes interessa. Com isso, passam a condenar o que é bom, inocente, enquanto endeusa o que é perverso, o que espalha maldade, só porque atende um pouco que seja aos seus interesses. Quem se deixa levar pelos interesses corre o risco de se tornar cego à verdade.

- A verdade nem sempre é agradável aos olhos; pelo contrário, a mentira é cheia de atrativos – falou Fridolino.

- Seria bom que as pessoas se espelhassem no exemplo de George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos. Ele era tido como uma pessoa íntegra, honesta. Diz a lenda que, aos seis anos de idade, cortou a preciosa cerejeira de seu pai, mas, quando seu vandalismo foi descoberto, o menino imediatamente admitiu o erro: 'Eu não posso mentir. Eu cortei a cerejeira'.

- É. Infelizmente, são poucos os que assumem que cortaram a cerejeira. Estão sempre jogando a culpa nos outros. Mas, voltando à questão da história que te contei: quem é e quem não é político?

- Meu caro Fridolino.  Vamos deixar a solução desse enigma por conta dos leiturinos. Caso algum não saiba, é só avisar, que venho dar a mão. Certo?

Etelvaldo Vieira de Melo

A CAMINHO DO DIVÃ

 


Vestido de bolas, botas, bovarismo. Paixão do pormenor.

Nacionalidade brasileira lendo Baudelaire traduzido para o espanhol

prefaciado por alemão em ótimo inglês ao cruzar Pequim. Coquetterie.

O que se há de fazer por melhorar o visual e fechar a ferida narcísica?

Sapiens mulier, ensaia um sorriso pro alto, tipo anjinho barroco.

(Assim meia Athayde meia Górgona arrepiando os cachos.)

Abre o espelhinho de observar hímen, desfaz a corretivo

pequena ruga de expressão.

Elle vit de sacrifices.

Afinal, como sobreviver sem o pathos da paixão?

Graça Rios

REGIS, O RATO QUE NÃO ROEU A ROUPA DA RAINHA

A existência desse rato inglês foi tornada pública em crônica postada em 01/12/2012. Hoje, transcrevo a singular história de Regis, o rato que não roeu a roupa da rainha.

Regis, o rato que não roeu a roupa da rainha, tinha um nome, registro e domicílio próprios, como sói acontecer aos ratos britânicos de nascença, colonização ou adoção. 

Seu nome era Regis, genitivo de Rex, do Rei, conforme certidão passada em cartório aos seus pais, numa prova cabal de que na Grã-Bretanha até os ratos cultuam a monarquia.

Regis, além da devoção para com a rainha-mãe, Elizabeth, era fã ardoroso da princesa Diane, tendo vários de seus posters espalhados pelas paredes de sua toca. Por isso, torna-se deveras impossível descrever sua consternação, seu desespero quase, quando da morte daquela pela qual era ratazanalmente apaixonado. Entrou em estado de depressão, pensou até em suicídio, quando passava pela sua cabeça a hipótese de ser o trono ocupado pelo príncipe herdeiro, Charles.

O domicílio de Regis estava no rés-do-chão de uma residência nas proximidades da Tower Bridge, aquela famosa ponte sobre o Tâmisa. Ele estava também próximo da Tower of London, uma fortaleza que havia sido transformada em museu. Regis visitou esse museu uma única vez, quando recebeu a visita de parentes vindos do interior. Sentiu-se na obrigação de levá-los até aquela antiga fortaleza, embora estivesse consternado diante da complexidade do comportamento do ser humano: constrói armas de destruição, que provocam a morte de outros humanos e, depois, as exibe como troféus, conseguindo dividendos com a visita de turistas. Aquilo que deveria ser motivo de vergonha torna-se razão de orgulho.

Regis sentia-se bem morando ali em Londres, junto com seus familiares e amigos. Ele não se incomodava nem um pouco com as variações climáticas, com as chuvas intermitentes. Enquanto rato de razoável nível cultural, sabia que a capital britânica tinha muito a lhe oferecer em termos de eventos em casas de espetáculos e museus: Cecil Sharp House, Union Chapel, Royal Albert Hall, 02 Arena, Royal Opera House, Museum of London, Bristish Museum... Apaixonado por futebol e torcedor do Chelsea, frequentava o Stamford Brigde e o Estádio de Wembley.

Certo dia, estando em visita ao Museu de Madame Tussauds, um museu de cera, Regis presenciou uma cena divertida. Entre os inúmeros turistas, havia um brasileiro - Regis ficou sabendo por causa de sua fala - posando para fotos ao lado de personagens históricos e artísticos. Quando ficou ao lado de Steve Spielberg para uma foto, muita gente pediu para que repetisse a pose. Assustado, ele se deu conta de que, com boné, ficava parecido com o diretor cinematográfico. Regis ouviu seu comentário com a esposa, ao que parece:

- Está vendo só? Talvez Steve necessite de alguém para representá-lo em alguma situação. Não custa nada investir nesse sentido. Quando estiver no Brasil, vou quebrar os traumas de minha adolescência e fazer um curso de inglês para me tornar, quem sabe, dublê de um famoso.

 A lembrança desse fato provocava em Regis um sorriso amargo. Já havia passado muitos anos, mas ele não tinha como esquecer aquela que era a luz, o queijo suíço de seus olhos.

Até o dia em que ele estava nas proximidades da Loja Primark, com o olhar perdido no infinito, nem se dando conta do burburinho de pessoas num entra-e-sai frenético, com sacolas abarrotadas de compras. Em épocas passadas, não lhe passaria despercebida a profusão de mulheres árabes e seus vestidos típicos. Ele haveria até de fazer um comentário mordaz: “Olha onde vieram parar os petrodólares!” Mas não naquele momento, quase atropelado por pés apressados.

Foi então que aconteceu o inusitado: uma mão se estendeu até ele e o pegou com cuidado. Tratava-se de um indiano, acompanhado por uma mulher. Entorpecido e um pouco assustado, ouviu-o falar:

- Veja, Rajnandhini, sinto pela maneira de olhar que este rato é a reencarnação de meu pai, Jayanti.

- Suas palavras são sábias, Abhijat. Vamos levá-lo para o Templo de Kasni Mata, onde ele poderá se tornar um kaba.

- E, assim, Regis foi levado para a Índia e alojado no templo de Kasni Mata, ou Templo dos Ratos, onde se tornou um kaba, um rato sagrado. Lá, ele é tratado e alimentado com todas as honrarias. Aos poucos, a dor pela perda da princesa foi passando e, agora, já é visto passeando alegremente entre as salas. Caso você queira visitar esse templo, não se esqueça de cumprir algumas formalidades, como, por exemplo, a de tirar os calçados, mesmo tendo, depois, que pisar nos excrementos dos ratos. Talvez possa identificar Regis em meio a mais de 15.000 outros. Se prestar atenção, vai descobrir fácil: seu sotaque britânico é inconfundível.

Obs.: Einstein teve aquele insight sobre a Teoria da Relatividade observando situações como a descrita acima. Tudo é relativo: ser rato pode representar uma bênção ou uma maldição, dependendo do contexto.

Etelvaldo Vieira de Melo

 


ALEGRES TRÓPICOS



Um pequeno nada

Muda tudo.

Bem vestida mal

Poso muy coquete

Ao som dos blues.

 

Hálito à ping-pong,

Ganho truco à custa

De rapaz criado ogro.

Rei rainha de ouro

Copas a preço de joia

 

Biju moeda cordão Rá

Lata roupa trapo sapo

Vendo venda certa

        Etc e qual

 

Obtenho efeito grandeza

 Ou audaz pequenez.

 Agarra-rato, fito filo fita

 % fato & foto @ como.

 Tantão de moda, tento

     

Invento $ deus

Correndo comendo gente

à vista derrubo elemento P.

 pião na cama-de-gato

elástica.

    

Demais nunca é bastante:

Calço luva longa de angústia

 Fingida sinhá século XIX.

 

(Capricho na grande

trapaça.br.trepada

                                               Lirismo +Tezão,

                                           Vivo desvivo desbundo)

                                             Atual Belle Époque,

 

Cato mancebo, velho, guri,

 Rolo com eles respectiva

            Mente tiro

                                              Tranco matéria de sexo.

 

Se quiser clímax, dê leite.

 Ponha-se carnavalesca

  Colombina colomba.

 

                                                                 Seja

Circo instantâneo. Pano rápido,

                                             déchire les bêtises que je tái dit.

                                                           Falooooô ?

Graça Rios