DESABAFO FINAL

 



Ellen Pietra

Estamos cercados de IDIOTAS, querendo ditar as regras da vida em sociedade. Este texto se propõe explicar quem são tais indivíduos, ao mesmo tempo em que reflete sobre duas questões pertinentes. Esta é minha contribuição, na busca de entendimento do que seja o Brasil em fins de 2024.

Quem pariu Bolsonaro?

Quem pariu Bolsonaro foi o juiz parcial de Curitiba, que fez um trabalho sistemático de desmoralização dos políticos e da política, tendo como aliados a Globo e o Estadão.

Sem a Globo o Moro não existiria. Foi a Globo que desmoralizou os políticos, bons são os economistas da Faria Lima que a Míriam Leitão entrevista.

Quem pariu os bolsominions (eleitores do Bozo)?

Quem pariu os bolsominions foi a guerra cultural de extrema direita, aproveitando-se do desconforto emocional cognitivo de seu público; investiram nos fatos e ações que lhe faziam entrar em conflito com as suas crenças. Esses perdidos passaram então a aceitar qualquer explicação chinfrim que os fizesse sair desse estado de dissonância cognitiva e que os remetesse à crença original. Se alguém da sua bolha oferecesse uma justificativa pra seus bandidos de estimação, que permitia sustentar a crença sem conflito, esses indivíduos aceitavam com prazer. Sabe qual a crença dessa gente, independente de igreja e pastor? A Teologia da Prosperidade, só querem manter-se no pedestal, precisam manter a imagem falsa de que são competentes, inteligentes, porque não são! Suas competências sempre foram usurpadas e com empurrão de político, amigo ou parente. Só enxergam o pequeno mundinho falso em que vivem, sendo que em sua maioria vieram de classe pobre, e, mesmo sem compreender, são classe trabalhadora e não o patrão. 

Por que se identificam com o ladrão de joias sem escrúpulos e com linguajar e ações nefastas, com distúrbios emocionais gritantes?

Porque lhes interessa a MENTIRA, pois sempre pautaram suas vidas nela, na falsidade e na ganância pessoal e familiar. O que nos conforta é que a maioria está medicada.

Finalizo, explicando a malfadada EXTREMA DIREITA:

A extrema direita chega ao poder conquistando corações e mentes, e chega por eleições livres e democráticas.

Criaram uma guerra cultural, inventando inimigos imaginários, cuja existência gera um pânico social, medo e receio. E a resposta usual a esse medo, a esse pânico social, é o ÓDIO que é direcionado contra esse inimigo imaginário, que se torna assim uma máquina eleitoral muito poderosa, porque não existe combustível mais inflamável que o ÓDIO.

Fazem uma produção contínua de narrativas, polarizadoras, que têm como base fake news e teorias conspiratórias, sendo a finalidade dessas narrativas a criação constante de inimigos imaginários. Sem inimigos imaginários, a guerra cultural da extrema direita não prospera. Na Europa, o inimigo imaginário são os imigrantes; nos Estados Unidos, os ticanos (imigrantes), e nos outros países, de uma forma geral, o comunismo. O Pablo Marçal dizia que entrou na eleição somente para impedir que o comunismo dominasse o Brasil. A guerra cultural da extrema direita tem uma linguagem bélica, e com predominância na eliminação do outro, com uma linguagem própria que é a retórica do ÓDIO.

É um movimento poderosíssimo de massas, que tem como sustentação o desequilíbrio emocional de seus aliados.

As maiores inteligências brasileiras subestimaram essa massa de gente doente, como se o bolsonarismo não fosse nada, fosse apenas um espasmo que passaria sozinho.

Estamos em 2024, as eleições acabaram, e cada vez mais o bolsonarismo se fortalece, em todos os níveis da sociedade brasileira, e será tanto mais forte, quanto mais se afaste de Bolsonaro, pois tem a massa que se identificou com ele. A mídia é a alma da perversidade de um Brasil saqueado, esfolado e cooptado por uma iniciativa privada extremista e cruel, destruidora de ecossistemas e de vidas de toda espécie. O representante bolsonarista para as próximas eleições, o tal Tarcísio, está à frente de uma POLÍCIA SELVAGEM E VIOLENTA, ele também é militar, mas a mídia corporativa o trata como moderado.

Não nos conhecemos mais como parte de um mesmo povo. Mas não me permito mais sofrer por isso, sei que o posicionamento político e como quer que a sociedade seja, define o caráter de um indivíduo. Ao observar a existência vazia e mesquinha, onde a sensibilidade é substituída pela superficialidade, e o que resta é a IDIOTICE, disfarçada de sofisticação, faço das palavras do Vickye Vieira as minhas:

"Quando Freud diz que a fuga é um instrumento mais seguro para se cair prisioneiro do que se deseja evitar, ele nos ensina que não há para onde fugir. A vida é um caminho só de ida, qualquer tentativa de retroagir ou escamotear o percurso, pagamos um preço muito alto por isso.  Se refugiar no imaginário, infantiliza o sujeito. Abrigar-se totalmente na fantasia, entorpece o sujeito. Recalcar tudo o que é indigesto, coloca o sujeito em pulsão de morte. A fuga é muito mais dramática do que o enfrentamento da realidade. Não há antídoto contra a vida. Estar no mundo é pra se molhar."  


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