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No
dia 2 de novembro                                        
fenece
Eurídice, a bela
flor
inspiradora
do
lírico Orfeu.
Parte
Orfeu com sua lira,
no
dia 2 de novembro,
buscando
em todos os montes
buscando
em todas as fontes
a
outra alma desejada.
Vai
Orfeu
e
convence Caronte
a
levá-lo em sua barca
do
Hades ao Vale dos Mortos.
E
tão doce era o tom da lira
que
Plutão, senhor dos Infernos,
emocionou-se
ante a dor.
E
disse a Orfeu:
-
Leva Eurídice,
que
te segue.
Mas
nem um momento te voltes
para
vê-la sair das trevas.
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Saem o cantor e a sombra
de
Eurídice, a segui-lo.
E
a morte, derrotada,
vê-los
partir entre as marés
as
hileias e os corais.
Mas
como era grande a viagem
naquele
2 de novembro!
E
a incerteza do milagre
já
tentava o bom Orfeu.
Ia
tocando sua lira
e
até as pedras choravam.
Breve
iria sair do fogo
e
contemplar sua Eurídice,
rainha
do Pantheon.
Ó
Orfeu, por que não suportaste
a
final travessia pelo bosque?
Por
que aos 2 de novembro
te
esqueceste
da
promessa feita aos mortos?
Por
que falta de cuidado
te
viraste para trás
e
viste a tão triste imagem
de
Eurídice tornar-se pó?
Jamais
te perdoariam
o
universo e mesmo os homens,
mas
teu amor era cego
e
mais cego te tornou.
Hoje,
no dia 2 de novembro,
só
podes na tumba fria
da
esposa lançar as flores.
Que
foste fraco em teu fado
e
perdeste num olhar curioso,
a musa de teus amores.

1 comentários:
Ler você é um encanto. Até nos finados, você dá o ar de sua Graça.
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