SIMBOLISMO

Imagem: www.wallsave.com
Ouço o piano
soando na noite
piano piano
nos refúgios da mente
onde dormem as águas
crisálidas de sonhos
pétalas das horas.

Ó formas alvas
indo ao recôncavo
das dores renhidas
nas guerras perdidas
do sono e torpor.

Ouço o piano
e as notas latentes
túrgidas lembranças
do que foi e não é.
Piano piano
espinhos que ferem
desferem ardumes
de loucos pesares.

Ouço o piano
piando piando
pássaro arisco
no gris do passado
nas flores medrosas
que nascem na rocha
de amargo venir.

Crepúsculo e cores
lontano lontano
sons esquecidos
tons aturdidos
que passam
e roem
presenças e ausências
de vago não-ser.

Formas claras
da morte
cristalinas raízes
do que se desfaz.
Crescidos alvores
na alma tangida
pela voz do piano.

 

PERFORMÁTICO

P
orque o sistema político brasileiro privilegia o Poder Executivo, colocando em suas mãos, no dizer popular, “a faca e o queijo”, sobra muito pouco trabalho efetivo para os membros do Legislativo, além de comer o dito queijo e fazer chantagem para conseguir mais benesses. Não estou dizendo com isso que os políticos sejam preguiçosos ou deixem de trabalhar, mas eles o fazem em causa própria, fazendo “política”, isto é, cuidando de garantir os votos de eleitores para a próxima legislatura. Para comprovar a veracidade do que falo, temos o exemplo de um deputado federal por Minas Gerais que, durante 8 mandatos (31 anos), apresentou 20 míseros projetos, quase todos arquivados e que quase nada de positivo acrescentaram à vida da população.
           
Falando dos vereadores, de suas poucas atribuições, e que eles amam de montão – pois acreditam que podem lhes trazer dividendos eleitorais, estão a de dar nome às ruas e a de oferecer títulos de cidadão honorário para personagens de destaque na mídia.
           
O nome de uma rua deveria ser escolhido por seus moradores, através de consenso. Quando não fosse possível, que se acolhessem sugestões tiradas de nossa flora e de nossa fauna, buscassem nomes sugestivos ou até mesmo de valores, cujas cotações andam em baixa.
           
- Moro na Alameda da Esperança, quase esquina com Avenida da Honestidade – iria responder Brisabela Alves à pergunta de Armando Bonfim.
           
Raramente seria admitido dar nome de pessoas aos logradouros. Eu, por exemplo, moro numa rua com o nome de um indivíduo que nunca vi mais gordo. Gostaria que ela se chamasse Rua da Solidariedade, para que as pessoas que ali passassem pudessem ser tocadas por esse valor.

          Outra mania que toma conta da classe política é a de espalhar estátuas de bronze pelas praças e calçadas da cidade. Não tenho nada contra isso, até acho bonito, embora carregue um pouco de receio de levar um tropicão em uma delas.
           
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Existe outro inconveniente. Minha amiga Isaura Felicidade, passando por uma das principais praças da cidade, vislumbrou algo que ela imaginou ser um artista performático. Ela se aproximou e lhe disse:
           
- Parabéns pelo seu desempenho. Você se apresenta igual ao Roberto Drummond.
           
(Para os desavisados, Roberto Drummond foi aquele cronista que induziu toda uma torcida de futebol a comprar secadora de roupa, tendo se declarado inimigo do vento: “Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o... torce contra o vento”.)
           
Como o pseudo-Roberto não disse nada, nem estendeu a mão como gesto de pedir um trocado, Isaura tocou-lhe o rosto e se deu conta de que estava, na verdade, diante de uma estátua de bronze.
           
Dias desses, passei perto do Roberto e notei-lhe o rosto um tanto descascado, parecendo que estava com aquela doença chamada vitiligo. Pensei: Será que a Prefeitura não toma a iniciativa de passar um protetor solar no rosto desta estátua? Com essa onda de aquecimento global, não há pele que resista, mesmo sendo de bronze! Se eu fosse o Roberto, deixaria de bobeira e, quando o calor apertasse ou já chegasse a noite, iria tratar de me esconder sob uma marquise.
           
Está certo que existem outras estátuas espalhadas pela cidade, como “os quatro cavaleiros do Apocalipse”: Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino e Paulo Mendes Campos. Estão eles numa praça bastante arborizada, estando Otto e Fernando sentados. Quer dizer que a conversa deles pode se prolongar indefinidamente, sem problemas. O mesmo ocorre com Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Embora tenha a cabeça desprotegida, Carlos pode contar com as sombras dos prédios. O problema mesmo ocorre com o Roberto. Também, quem mandou ele ter sido torcedor daquele time...

Etelvaldo Vieira de Melo

QUATRO HAI-KAIS



ESTUDO:
Estuda
que a pena
é mais leve
que a pá.

ESQUELETO:

As pedras
são os ossos
do planeta.




TETRA-CHAVE:
Quatro vezes
sem entrada.

SAPATOS:

É pra frente
que a gente
anda.





POBRES MOÇOS: AH! SE SOUBESSEM O QUE EU SEI

O
utro dia, encontrei o Raimundinho da Geovita, sim, aquele mesmo que havia se casado com a Viúva-Negra, tema de um relato já postado em 14/12/2013. Apesar de seu aparente bom humor, notei seu semblante um tanto quanto abatido, com uma incipiente barba branca, em contraste com o bigode ainda preto.  Pensei: será que seu estoque de lenha anda no fim e a Viúva-Negra já começou a devorar o pobre coitado?
           
Quando me despedi, essa preocupação me acompanhou, junto com uma revelação que nos mostra a sabedoria dos idosos:
           
_ Bem dizia meu pai – falou Raimundinho, fazendo-se acompanhar de um sorriso maroto: - Procure agradar sua mulher de todas as maneiras, varrendo a casa, lavando os talheres, passando pano nos móveis, pois, quando pedir-lhe um beijinho, ela não terá como negar!
           
Meu amigo, aquele que anda tomado de dores por tudo quanto é lado, resmungou que na casa dele não é assim, não. De minha parte, falei que ainda não havia pensado no assunto daquela maneira, mas que sempre tivera o cuidado de agradar minha mulher, com esse propósito, quem sabe, ainda gravado no plano inconsciente. Foi então que me dei conta de uma das serventias da classe dos terapeutas: a de trazer para o plano consciente aquilo que anda dormindo nos lugares mais escondidos de nossa mente.
           
Sem mais divagações, quero dizer que vivemos numa sociedade que cultua a juventude e a aparência física. A indústria da beleza prospera a todo vapor e seu comércio se multiplica. O ser humano enfrenta ferozmente a marcha do envelhecimento e só entrega os pontos quando não tem mais jeito de fazer os remendos.
           
Minha flor da juventude já foi linda, mas agora está murchando. Nesse momento, tento ver as qualidades da fase mais madura à qual estou adentrando. Tirando a rabugice, a língua solta e as dores que se espalham por todos os lados, a maturidade tem muito de bom. Afinal, a vida, ao mesmo tempo em que tira muito de nós, nos oferece sabedoria, que é sapiência, sabor, saber. Depois, com a aposentadoria, você enterra de vez aquela máxima “engana trouxa” de que o trabalho enobrece o ser humano. Quem inventou isso não sabe como é agradável acordar numa segunda-feira como se fosse domingo.
           
Infelizmente, como tudo se tornou descartável hoje em dia, a experiência de vida virou coisa de se jogar no lixo. Vez por outra assisto a um filme, onde um problema crucial de determinada comunidade é discutido e resolvido por um conselho de anciãos. Pode ser que em sociedades secretas, isso exista entre nós, só que – até o presente – ninguém me fez qualquer espécie de convite para participar de uma delas.
           
Em termos políticos, o Senado da República poderia ser algo assim, mas, por causa de nosso Sistema, tornou-se cabide de emprego nada confiável. Os velhinhos que ali sobrevivem nem mesmo se assumem como tais. Grande parte da produção das tinturas de cabelo e bigode é para ali destinada, a fim de atender aos anseios e desesperos de pessoas que buscam ostentar juventude.
           
Creio que, se um político assumisse sua idade verdadeira, estaria dando um belo exemplo para a sociedade, contribuindo para a valorização dos mais idosos. Quando recorrem a tinturas, plásticas e botox, passam a mensagem subliminar de que podem aprontar atos indecorosos, como pecadilhos de jovens. Caso ostentassem seus reais cabelos e bigodes brancos, haveriam de ser reprimidos:
           
- Isso é uma vergonha! Um senhor de cabelos brancos escondendo dinheiro na cueca!
           
Em países da Europa, legislações tentam inibir publicidades que abusam de imagens produzidas por Photoshop, já que elas enganam os consumidores. Nossos políticos custam a engolir a petição popular da Ficha Limpa, mas eu quero mais: quero que eles limpem suas caras e se tornem mais transparentes. Ficha Limpa e Cara Limpa, para orgulho dos idosos e felicidade geral da Nação!

Etelvaldo Vieira de Melo

ROL



ESTÁ SOBRANDO ATÉ PARA O COITADO DO POBRE!




Imagem/Texto:Augusto de Campos






     
  M
inha filha anda implicando comigo por causa de alguns deslizes que cometo ao pronunciar determinadas palavras (“poblema” e “restorante” são exemplos). Não adianta eu alegar que estou empregando um termo coloquial ou usando de uma figura de linguagem - uma síncope , por exemplo (embora não saiba se esse bicho existe de fato e se presta para redimir meu erro verbal). Ela diz que isso é sintoma de que meu nível (intelectual/econômico) anda lá embaixo, rastejando quase.
            
           
De minha parte, temo que ela já esteja jogando no time daqueles que andam com nariz empinado, exalando metidez e afetação. Se for assim, fico preocupado, pois antevejo sérios conflitos entre nós, daqui para frente.
           
Como tive uma formação onde me foi incutida a máxima de que a virtude está no meio, tenho a tendência em enxergar virtudes e defeitos nos dois extremos da escala social, dos ricos e dos pobres. Para não cansar a paciência de quem quer que seja, vamos destacar somente um defeito da porção pobre. Quanto a falar mal dos ricos, quero, primeiro, afiar minhas armas para aplicar-lhes um golpe fatal. Eles não perdem por esperar.

Sei que estarei agindo errado, atirando pedras naquela que é a mais vilipendiada das classes sociais, os párias da sociedade moderna, principal vítima de uma imprensa sensacionalista, que faz dela atração de seu cardápio carregado de notícias ruins e maldosas. Sei que ser pobre numa sociedade capitalista é a maior danação, é ser tratado como cachorro vira-lata, morrendo de fome, frente a uma máquina de frango assado, contentando-se em comer aqueles deliciosos petiscos somente com os olhos. Mas não é isso que o pobre visualiza através da TV? Tanta ostentação, enquanto sua casa e sua vida caem aos pedaços...


Apesar de tudo e falando dos pobres, alguns deles acham que podem alugar os ouvidos dos outros, despejando ali algo indescritível, mas que chamam de música. Um deles faz isso usando de potentes alto-falantes de um carro, estrategicamente instalado na descida de uma rua e que proporciona a maior ressonância possível. Ele aprecia um gênero musical chamado funk, cujas letras jogam por terra meu resto de inocência. Minha esperança é de que as crianças das redondezas não entendam nada daquilo; caso entendam, o mundo está definitivamente perdido.

Aquele som horripilante, que bate nos meus ouvidos e arrebenta meus restantes neurônios, acontece invariavelmente nos fins de semana e nos feriados. (Antes que alguém se sinta ofendido, quero dizer que concordo com o que diz Sérgio Vaz, poeta da periferia: “O que é lixo para uns é luxo para outros”.) Certo dia, peguei um binóculo para conferir visualmente o que acontecia: o carro estava com o porta-malas aberto; junto dele, uma jovem, vestida de short, dançava, balançando a bunda e se achando a tal. Não percebi o dono do carro e responsável por aquela chacina auditiva. Ele devia estar no quintal da casa, junto com outros amigos, tomando umas e comendo churrasco de gato ou de costela de boi.

Bem sei que ele estava socializando seu gosto musical e sua alegria de final de semana. Também sei que essa é uma das virtudes do pobre, essa de compartilhar o pouco que tem. Reconheço sua boa intenção, mas preciso dizer que, de pessoas bem intencionadas, o inferno anda cheio. Aquele som nas alturas e aquelas letras indecentes abalam meu estado emocional. Talvez seja por isso que meu vocabulário anda caindo pelas tabelas, isso de estar, todo fim de semana, esbarrando com tamanho “poblema”.
Etelvaldo Vieira de Melo

    

REGINA COM BRINCOS DOURADOS



Um anjo bom, Regina, minha amiga,
Vem visitar-me e tomamos chá.
Ela é pra mim, numa conversa antiga,
O que melhor existe e haverá.

Depois do chá, aninha-se em meus braços.
Então reparo em seus brincos dourados.
Ela os traz sem saber que são dois laços
Entre mim e ela, assim simbolizados.

A tarde passa e vamos caminhando
No universo da paz e da ternura.
Ela sempre me ouvindo e me falando

Do que é por vir, da lua, das estrelas
De sua flor que murcha, mas perdura,
Além da vida, onde eu possa vê-las.

TERAPIA DO GRITO


S
ei que este texto irá provocar a indignação de um analista, amigo meu, e de todos os outros profissionais do ramo, mas fazer o quê? Entre outros objetivos menores, minha missão aqui é a de ajudar as pessoas, aliviando-lhes, no que me for possível, as tensões do dia a dia. Nesse propósito, poderia começar falando da dança como exercício terapêutico.  Quando estava no maior sufoco, Zorba, o Grego, costumava apelar para a dança. E isso o aliviava. Tenho comigo que uma das mais belas passagens da literatura mundial é aquela em que Zorba relata a morte de seu pequeno filho. Diante de sua extrema dor, ele extravasa todo seu sofrimento dançando diante do corpo do filho. Pode ser que funcione para você, esse exercício de dança, mas trata-se de uma coisa que não daria certo para mim. Simplesmente, não sei dançar e não adianta os terapeutas ocupacionais tomarem meu tempo, dizendo que a dança é um gesto de humildade, que – aquele que não dança – é um reprimido sexualmente. Fico aborrecido ao ouvir uma coisa assim, esse tipo de ofensa gratuita. Pode até ser que eu aprenda a dançar, agora que ganhei outro videogame de presente no dia dos pais. Esse dispõe de um sensor que lê o movimento corporal enviado pelo jogador. Sei que existem games de dança e pode ser que eu venha a adquirir um. Só acho esse sensor muito chato, pois, assim que ligo o videogame, ele pede para que eu lhe abane a mão. Quando não tem alguém por perto, até que me submeto a essa brincadeira de retardado mental. O problema é quando existem pessoas nas proximidades: o que elas vão pensar ao me virem agitando as mãos para uma máquina?  Sei que, na vida, a gente tem que engolir muitos desaforos. Se formos contabilizar, existe pelo menos um a cada dia. Como engolir desaforo não faz bem, seja para nosso sistema digestivo, seja para nossa autoestima, seja para o psiquismo, estou repassando a quem interessa, a custo zero, um tipo de exercício que possibilita descarregar tensões, frustrações, tropeções e safanões. O invento se chama “terapia do grito”. Não tem nada a ver com o Grito de Independência proferido por Dom Pedro I. Aliás, segundo as más línguas, ele estava vivenciando uma situação de emergência, quando foi notificado das pretensões de Portugal de aumentar a alíquota sobre a produção de minério do Brasil. Portugal não aprende mesmo; se tivesse um pouco de atenção para os quebra-quebras aprontados pelos tupiniquins diante do aumento das tarifas de transporte, teria refreado um pouco sua ganância. Mas, mesmo assim, a solução empreendida por Pedro não convence até hoje. E tudo por causa de suas condições físicas de momento. Estaria ele com indisposição intestinal (uma maneira sutil de dizer dor de barriga)? A questão é saber se ele já tinha “obrado” (um termo usado por uma senhora que, durante certo tempo, trabalhou em minha residência). Gritar: “Independência ou Morte”, no aperto, é uma coisa; aliviado, outra. De qualquer modo, nos dois casos, a Independência fica comprometida. O Brasil teria se dado melhor caso sua Independência fosse proclamada num momento de fome de Dom Pedro. A fome provoca raiva, que leva à luta. Nossa miscigenação étnica e cultural, somada a esses pequenos deslizes, moldou a índole de um povo tido por muito tempo como pacato, bonzinho. Juntando o arroz com feijão, tenho um parente que me confessou não estar suportando nem ele mesmo. Por qualquer contrariedade, lá está ele rosnando para as pessoas, querendo brigar, xingando até com palavras de baixo calão. (Engraçado esse termo “baixo calão”. Vou deixar anotado aqui esse adendo para, mais tarde, consultar o Dr. Google sobre sua origem. Quanto ao significado, não tenho nenhuma dúvida: quer dizer palavra chula, imprópria, indecente.) Falei pro meu parente para ele conter seu instinto assassino, moderar seu ímpeto de esganar as pessoas, relevar as ofensas menores. Já uma amiga experimenta o reverso do que sente meu parente: diante de uma ofensa qualquer, ela se trava, fica sem palavras, acaba engolindo o desaforo. E ela se sente muito mal por não encontrar os termos adequados para dar um revide e nocautear o adversário, jogando-o na lona. No meu modo de entender o psiquismo humano, considero as duas atitudes incorretas. O destempero e a passividade promovem mais estragos em quem os pratica do que em seus alvos. Assim, quero deixar para quem possa interessar um aplicativo gratuito e que ocupa pouco espaço de memória. A Terapia do Grito é inspirada naquele famoso grito proferido por Tarzan (Oooooooh!), conforme vídeo baixo.



Para que não se torne um hábito desgastante e inócuo, você poderá praticá-lo uma vez por semana. Siga os procedimentos relacionados a seguir: 1º) Escolha uma moita ou região de arvoredos próxima de sua residência; 2º) Verifique atentamente se existe alguém nas proximidades. Em caso afirmativo, espere que a pessoa se afaste; 3º) Inspire profundamente, batendo com as duas mãos fechadas no peito e solte o grito (Oooooooh!) (procure alongá-lo de 30 segundos a 1 minuto). O grito deverá conter toda a carga de raiva e mágoa que esteja carregando. O efeito benéfico de tal terapia você irá observar logo nas primeiras aplicações.

PS: Caso apareça alguém durante seu exercício, há o risco de que ele queira interná-lo num hospício. Caso seu grito chame a macaca Cheeta, se for de seu interesse, poderá lhe explicar que, além da semelhança gutural, você não tem nada mais a ver com o Tarzan, paixão de sua vida.

Etelvaldo Vieira de Melo