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Ouço o piano
soando na noite
piano piano
nos refúgios da mente
onde dormem as águas
crisálidas de sonhos
pétalas das horas.
Ó formas alvas
indo ao recôncavo
das dores renhidas
nas guerras perdidas
do sono e torpor.
Ouço o piano
e as notas latentes
túrgidas lembranças
do que foi e não é.
Piano piano
espinhos que ferem
desferem ardumes
de loucos pesares.
Ouço o piano
piando piando
pássaro arisco
no gris do passado
nas flores medrosas
que nascem na rocha
de amargo venir.
Crepúsculo e cores
lontano lontano
sons esquecidos
tons aturdidos
que passam
e roem
presenças e ausências
de vago não-ser.
Formas claras
da morte
cristalinas raízes
do que se desfaz.
Crescidos alvores
na alma tangida
pela voz do piano.
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