Belo Horizonte,
terra onde não se enfiam
os pés pelas mãos.
Gente nova, sorrisos batalhadores
vivos que se mostram
à jovem corrida do amanhecer.
Curral del Rey,
não a cidade dos políticos
que expulsam os pobres
para a fundação da capital
ou que anunciam a limpeza da Pampulha
e a deixam para a próxima gestão.
Belo Horizonte
que, apesar do crescimento,
continua meio roça
toda gente dizendo
uai, esse trem aí!
Belo Horizonte
história em quadrinhos
de frágeis super-heróis que se levantam
para ordenhar as fábricas
ou as escolas.
Imagem: www.metro.org.br |
Embora seja pouco
o dinheiro de muitos
ainda se desce a Floresta
para comer no Mercado Central
ou maldizer a vida no Maleta.
Belo Horizonte é a minha pátria
pertinho dos Inconfidentes
que se manifestam contra o Arrudas,
nos meses de dezembro.
Belo Horizonte, ainda seus mendigos
promovendo o folclore da pobreza.
Curral del Rey dos candidatos
que cheiram pó
e espirram caviar.
Mesmo assim eu te louvo
pelo sol que pinga
alguma luz sobre as faces humildes
e pela chuva
que às vezes sai derribando
Os barracos do morro
e as plantações dos fazendeiros.
Mesmo assim não vou para Pasárgada.
Belo Horizonte é o meu país
malgrado os andares que se amontoam
até que o povo cansado
escreve embaixo “Edifício”.
Belo Horizonte é onde eu
sempre classe B
tenho um travesseiro
para amaciar os sonhos.
Alegria, Alegria
como diz o Caetano.
1 comentários:
Mesmo para um leigo na arte de poemar, vejo a poeta, de forma muito bonita, declarar o seu amor pela nossa BH, não se esquecendo de suas deliciosas mineirices.
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