POMPOM, O FILÓSOFO

Imagem: oversodoinverso.com.br
Aí vem ela, com a comida.
Debruçada na gaiola,
contempla o seu objeto.

A panela está fervendo
de desejos saborosos.

Tem os olhos vermelhos
sobre mim, o amarelo.
Bem quisera o meu pelo
branco, ao esfolar-me.

Agora vem a cenoura,
o jornal, a ração.

Com a vassoura nervosa,
limpa o límpido cocô
(lírico, esferoidal).

Enquanto isso,
ouve Chopin.
“Esta noite, um chopinho...”

Meu trágico destino
é o jantar nietzschiano.

“O coelho está morto!”

À luz de velas
sou velado.
Graça Rios



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