- Seu
Leo, Ioiô está mal.
-
Amanhã lhe dobro o serviço.
-
Ele é tão fiel ao senhor...
- Chihuahua preguiçoso!
- Papai, queimou-se?
- Ah, Fifi.
- Mãe?
- Ligaram o fogo nele.
- Que monstro?
- O treinador do Circo.
- Tremendo, mô anjinho?
- São os choques de dança.
-
Posso substituir Ioiô?
-
Cachorrinha. Belo papel!
-
Sou pequena, mas sofro bem.
- Vale
a pena, filha de um Cão?
- Sou micro,
mas tenho orelhas
largas
e bicudas.
Veja
meus olhos: maiores que
a
medida do corpo.
E a oval
cabeça, igual à maçã.
Levanto o nariz miúdo. Aponto pro céu.
- ...Vaidosa do coração oco...
- ... vindo dos índios techichi.
Eles ofereciam chihuahuas
aos deuses.
- Sou seu dono, firifimfina.
Viajo faz quatro anos.
- Dizem que os índios toltecas
nos criaram há mil deles.
- Mentira!
Este
pelo feio, fino, liso,
pouco ondulado...
- ...disfarça-me lágrimas.
Mais cem gemidos,
por parte do treinador.
- A pluma fede a orelhas,
gola, membros, cauda...
- ... pois já foram sacrificadas
em altares.
-
Baba ovo, nos braços
da Madonna...
- Eh!
Hoje em dia,
para os lobos
bobos,
todo bom cachorrinho
é
sempre
um palhaço.
2 comentários:
Fifi quer dançar!!! Graça lhe empresta um pouco de graça! Coraçãozinho oco!... Lembranças de altares passados! Seja boazinha, Fifi! Quem sabe você ganha seu narizinho de palhaço?!!! * Parabéns, moça terna e alvissareira, por esta singela ode à inocente submissão!
Graça, muito singelos, divertidos. Eu amo tudo que você escreve, seu humor é diferenciado.Parabęns!
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