OS MAGOS DO ORIENTE: MANIFESTAÇÃO DO AMOR E DO BEM



Prof. Mauro Passos

 

A parábola dos Magos do Oriente é um recurso literário de grande alcance para os dias atuais. É a revelação e manifestação do bem (epifania). Atualmente há muitos perigos que ameaçam a vida – guerras, intolerância, fanatismos, preconceitos, desigualdades. Precisamos (re)aprender a olhar as estrelas. Elas vão nos colocar a caminho, como os Magos, em busca da luz. Em busca do bem. O bem dialoga com a vida, por isso, não discrimina, nem exclui. Envolve pessoas, crenças, etnias. Para o bem importa o amor, o afeto e a comunhão de vida.

Os Sábios do Oriente não vieram defender o prestígio, o poder, a prepotência. Vieram partilhar a busca, o encontro, o cuidado. Com afeto humano, criatividade, calor da liberdade e o fio do mistério pacificaram caminhos com a dinâmica da solidariedade. Importa na vida a abertura de coração, a atitude de acolhida e a leveza da gratuidade. Aí está a nova “Tábua da lei” – o amor de Deus. E, como “Deus é amor” (1 João 4,16), toda forma de amor é uma manifestação do amor de Deus. É um recomeço da criação.

Na lembrança dos Sábios do Oriente, somos estimulados a viver o tempo como dinâmica de esperança. Esperança de bênção para todos (sem discriminação). Só assim, seremos capazes de renovar as relações para uma doação-acolhida. É preciso, enfim, ter a coragem de se arriscar, ir em frente, questionar, buscar, relacionar-se, inverter hierarquias. É preciso “questionar tudo que não se alinha com o amor”.

A imaginação de quem espera é grande. O que há nessa história dos Sábios do Oriente? E os presentes – ouro, incenso e mirra? Afinal, esses sábios eram personagens que preservaram os sonhos. Por isso, atravessam o tempo e encaram as incertezas para construir outros caminhos com o ouro da esperança, o incenso da ternura e a mirra da solidariedade. Num fervoroso abraço, numa grande união e com uma infinita alegria abrem caminhos de vigília.

Na figura de uma criança, Deus se manifesta desarmado e acolhedor. Com a inocência da espera, nos convida a traçar outros caminhos e a buscar novas referências para (re)humanizar as relações e partilhar a verdade em clima de fraterna tolerância.

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