Hei
de me morrer em leito de rio
açoriano.
Anjo ilhéu voará sobre
Flores:
preamar do Atlântico Mar.
Verei
ave suave voejar levíssimos
louvores
ao valor do condor açor.
Depois,
Angra do Heroísmo: rima,
luta.
Ali, furto luto a velhas viúvas,
fruto
e sina da guerra ultramarina.
Ora,
mina-me a migrante memória.
Nem
a lua atenua tal atômica larva:
vulcânica
cinza. Lava. Crise sísmica
explode
no arquipélago. Sigo comigo
no
rabo do cometa. Avisto nove Ilhas,
mas
este bisonho sonho cai no exílio.
Graça Rios
2 comentários:
Suave recordação de palavras antes escolhidas em inspirador murmúrio dos Açores. Não é túmulo, é ressurgir de uma poesia que ainda ali vive, tão pujante, expressiva, ainda que incompreendida por tantos coxos da escrita. Quem é capaz, deslumbra-se, sútil encanto! Não é cauda de cometa, é puro sol, perene, que nos aquece a agracia com literatura que poucos sonham alcançar. Inspiradora sempre!
De: Simone, uma sobrinha fã!
Tanto mar explode em tanta ilha-arquipélago. Sigo comigo num azul marinho infinito . Avisto muitas Ilhas, ora pois pois.
Num bizarro sonho geográfico
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