O mundo não é humano por ser feito por pessoas,
mas só se torna humano
quando é objeto de uma conversa.
Quando a gente sabe que está indo para frente ou para trás?
E se pensarmos no Meio Ambiente? Hoje é o “Dia Mundial do Meio Ambiente”. Que
caminhos estão traçados para a educação e preservação ambiental no Brasil? Será
preciso uma nova Arca de Noé? Hoje, a sociedade apresenta desafios que tocam
questões fundamentais – meio ambiente, paz, democracia, educação. Temas que
exigem uma postura diferente e um olhar mais profundo da realidade. Temas que
lembram líderes que lutaram por justiça, direitos humanos, políticos e sociais
no Brasil- Dom Helder Câmara, Margarida Maria Alves, Zilda Arns, Manoel da
Conceição, entre outros. Um detalhe a pensar: que líder nos causa entusiasmo,
esperança e vontade de seguir? Um(a) músico(a), artista, religioso(a),
jornalista, trabalhador(a), artista, político(a)? Mais que isso: “O líder é
antes de tudo um forte”. Associa afeto e luta, encontro e partilha, respeito e
verdade, razão e sabedoria, diálogo e humanidade. Abre caminhos para sonhos que
pareciam adormecidos. O episódio no Senado Federal com a Ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, combinou violência, machismo, misoginia. Esta cena mostra como
muitos políticos atuam com a intenção de desmobilizar projetos para melhores
condições de vida. Mais ainda: são políticos que veem a realidade a partir de
interesses hegemônicos, emoldurados pelo poder e pelo lucro. Como é atual o
escritor Lima Barreto em seu livro “Policarpo Quaresma”. Confira: “Não é só a
morte que nivela, a loucura, o crime e a moléstia também”. Há muito que fazer e
pensar nas próximas eleições – mais que um regime político, a democracia é um
regime de vida. Ainda continuamos com sérios problemas na realidade. A saúde da
democracia está na qualidade de vida, nas escalas de valores que a sociedade
estabelece com a “natureza”. Precisamos preservar a vida. Foi por essa causa
que Marina Silva foi atacada e continua sendo alvo de ataques de políticos que
não defendem as políticas públicas voltadas para a preservação ambiental e
aprovam medidas que contribuem para avançar o agronegócio, a mineração,
esvaziando o trabalho do IBAMA e de outros órgãos de proteção ambiental. A
ofensa ao meio ambiente é ofensa ao ser humano. Com argumentos, classe e
harmonia, a Ministra mostrou imperativos de ordem ética e apontou direções e
metas. No entanto, regidos pela lógica do lucro capitalista, pelo produtivismo
e consumismo, estes políticos perdem a razão, a compostura e o respeito. O Meio
Ambiente que somos e em que vivemos carrega consigo complexas relações. Meio
Ambiente é o ar que respiramos, os alimentos que consumimos. Comporta, ainda,
as filas nas repartições públicas, as cidades cinzentas, o trânsito ruim, o
desemprego, as cachoeiras, a pobreza e a violência nas periferias, a fauna, a flora,
a música, a corrupção, as chuvas e inundações, o sonho de um futuro melhor, o
futebol no domingo, o céu estrelado, as festas populares. Qual a previsão para
o futuro? Para “adiar o fim do Brasil”, precisamos mudar as tábuas da Arca de
Noé que compõem o Senado, a Câmara dos deputados e a linha de montagem de cada
Estado. Uma nova reedição política fará bem para a “saúde” como também para a
esquerda, a direita e o centrão. Assim, haverá projetos políticos justos e
necessários para toda sociedade. Os “verdadeiros líderes” abrem propostas
solidárias e estimulam ações a serviço da causa humana e do meio ambiente. Seus
projetos giram em torno de temas fundamentais e simples do dia a dia - Liberdade,
verdade, justiça e solidariedade. São os pontos cardeais dos “verdadeiros
líderes”. Como se não bastasse, seus projetos se abrem para outras (novas)
questões. Então, o novo não está só no que é dito, nem só no tempo
(‘cronos’/idade), mas no acontecimento, na qualidade do tempo vivido (Kairós).
Infelizmente, a avalanche de informações que recebemos diariamente não permite
um discernimento e entendimento da complexidade que é o mundo de hoje. Para
terminar: recriar as tábuas do mapa político, a nova Arca de Noé, é um caminho
para garantir líderes políticos de verdade. E, com a COP30, em Belém do Pará,
neste ano (2025), afinar democracia com educação, justiça com igualdade social,
meio ambiente com território e pertencimento. Esse é o caminho - instituir a
urgência de partilhas para todas as formas de vida.
(Prof.
Mauro Passos)
1 comentários:
É um prazer imediatista, passageiro, que não honra as raízes de nossa existência.Enquanto isso, a esperança se desvai em relação a um novo cenário político. Triste realidade.
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