Algum dia dividiremos
a liberdade em fatias
e nos amaremos – sem fome –
em absurda alvorada.
(Bartolomeu Campos Queirós)
Na espera da primavera que se aproxima, dou boas-vindas à
nova estação já antecipada com o “Prêmio Nobel de Política” para o Supremo
Tribunal Federal (STF). Contra os lemas e “zemas” atravessados sinalizo o
mérito, a competência, a dignidade e o nível de cada componente do STF que
defendeu a democracia, a soberania do país contra a “tentativa de golpe”
orquestrada por Jair Bolsonaro. Com uma justa composição de argumentos
jurídicos e provas, Alexandre de Morais sustentou os princípios certos e condenou
todos os réus que planejaram o golpe contra a democracia. Flávio Dino numa
atmosfera de sensibilidade e leveza mostrou conhecimento, lucidez e competência
em seu pronunciamento. É um clássico, de palavra mansa, com um dom de
cordialidade e simpatia. Como diz o poeta Manoel de Barros: “As coisas desejam
ser olhadas de azul”. A Ministra Cármen Lúcia com uma fala livre, sincera e
carregada de afeição ponderou: “Ditadura vive da morte. Não apenas da
sociedade, não apenas da democracia, mas de seres humanos de carne e osso”. Com
um acervo e “habitus” de sabedoria, esta ministra deixou claro o significado de
uma ditadura. Não é apenas “uma questão de interpretação” como disse o Zema.
Detalhe: Valho-me de uma máxima de Virgílio: "Latet anguis in herba" (A cobra se oculta debaixo da erva). O presidente Cristiano Zanim conduziu as sessões com respeito, diplomacia
e elegância. Manteve a ordem, a primazia da verdade e o ético da política, diferente
das reuniões conduzidas por Bolzonaro, quando presidente da nação. O Brasil que
desejamos deve ter a medida de sua perfeição na riqueza das diferenças e no cuidado
das instituições do regime democrático. Unidos com o STF e contra a violência bolsonarista,
o favoritismo tarcizista e a manipulação zemista será possível restabelecer a
justiça tão ofendida. Assim, podemos sair desta depressão histórica. Mais
ainda: fazer valer os direitos humanos, sociais e políticos. É bom lembrar que
a tolerância anda de mãos dadas com a verdade e a justiça. Isso nos convida a
interrogar os fatos e o cenário sombrio do mundo contemporâneo (do Brasil
contemporâneo). Outro Brasil é possível. E com renovação. Sua exponencial está
no exercício da união, diálogo, coragem e interpretação dos acontecimentos.
Utopia ou sonho? Sonho e utopia para descobrir a verdadeira extensão do mundo e
da vida. E, assim, “nos amaremos em absurda alvorada”.
(Mauro Passos)

1 comentários:
Mas nós temos outro problema ainda pior, os CRISTÃOS NACIONALISTAS! Eles tem o mesmo objetivo do TALIBÃ!
- Anti-Igbtqia+;
- Anticiência;
- Contra os direitos das mulheres;
- Cerceamento da liberdade de cátedra;
- Uma só religião;
- Pró-armas.
Saudações, Elis Queralt
Postar um comentário