AS ROSAS

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Um jovem estudante
amava os livros,
mas queria finamente
uma certa donzela.

O tempo passou
e ele confessou o que sentia
à gentil senhorita,
que solicitou, como prova de amor,
uma rosa vermelha.
Ora, eis que no reino
só se encontravam
rosas brancas.
Por mais que procurasse
o amante não encontraria
o objeto desejado.

E era uma vez que todas as manhãs
um sabiá vinha cantar à janela
do estudante.
E esse passarinho
quis saber do amigo
por que se prostrava
tão triste.

Contou-lhe o caso da rosa
o moço, entre lágrimas.
E o sonoro sabiá:
"Sei onde achar
uma rosa vermelha.
Ela está plantada
dentro de um poço sem fundo,
cheio de cobras e cacos de vidro".

Sem hesitar,
o estudante lhe pediu
que mergulhasse no abismo
para acabar com sua dor.

Lá se foi o sabiá
descendo ao inferno.
À medida que descia
ia ferindo as plumas
com os cacos de vidro.

Afinal, trouxe para o jovem
a rosa vermelha
(que fora branca
e se tingira
com seu sangue).

O estudante deixou o pássaro
e voou ao encontro da amada.

- "Oh, disse ela, 
eu não quero mais
a rosa vermelha.
Preciso agora
de uma rosa amarela".

Saiu ele a pedir novo auxílio
à ave, 
Porém encontrou-a morta
sobre a janela.

Então, desaventurado,
jogou fora a rosa vermelha
e pensou:
"Vou voltar aos meus livros
que me amam sem medida.
Adeus, adeus
sentimento vão
que me molestou tanto
com seus tolos caprichos".



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