“Amor como princípio
e ordem como base; o progresso como meta”: Ordem
e Progresso.
A
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s pessoas deveriam abandonar as opiniões
extraídas de suposições e achismos.
O espírito científico
deveria impregnar as mentes humanas, de tal modo que a manifestação de ideias
fosse baseada na certeza de que essas ideias brotaram de verificações empíricas,
nunca de suposições.
A vida humana,
norteada dessa maneira, caminharia a passos largos para o progresso e o bem
estar de todos. Não obstante, fica claro que as questões últimas e cruciais só
conseguem ser tratadas na base de suposições, de achismos. Infelizmente.
Voltando ao dia a
dia, 98% das opiniões emitidas poderiam ser removidas, porque fundadas no tal
achismo, sendo trocadas por outras, essas, sim, escoimadas (!) em dados científicos.
(Às vezes, eu me surpreendo com a versatilidade de meu vocabulário.)
Um exemplo é você
dizer que determinado fulano enxerga com a barriga, numa alusão ao fato de que
ele é amante de comida, gosta de comer desbragadamente. Quando está com ele em
um restaurante (‘restorante’), a comida em seu prato chega a competir com a
altitude de uma Cordilheira dos Andes ou de um Monte Everest. Antes de
condená-lo por isso, trago à sua consideração o que li em uma tampa de iogurte (iorgute
– quase ia dizendo): o intestino possui mais de 100 milhões de neurônios; por
isso, ele é conhecido como “segundo cérebro”.
Esta simples
observação levará a um novo juízo de valor, onde o fulano em questão não mais
será difamado. Sabendo que os neurônios se concentram em duas bases, você irá
inferir que, no mencionado indivíduo, a central localizada na cabeça sofreu uma
pane e necessita reparos.
Olhando sob essa
perspectiva, como tal pessoa tem tendência a engordar, inúmeros gastos com
regimes emagrecedores, internações em Spas e cirurgia para redução de estômago
poderiam ser evitados. Um simples serviço de eletricista resolveria o problema,
ativando os neurônios situados no cérebro nº 1.
Outra consideração
diz respeito aos bebuns, os alcoólatras. É sabido que tais pessoas se alimentam
mal, tornam-se magras, exatamente porque o álcool mata os neurônios do segundo
cérebro e, com o tempo, chega a comprometer os que estão no primeiro.
Observo que os AAs da
vida teimam com a técnica de quebra de copos, como tentativa de solução para a
dependência alcoólica. Meu raciocínio lógico, positivista, recomenda a aplicação
de vitaminas para o fortalecimento dos neurônios do segundo cérebro. Foi isso
que inferi da leitura do texto inscrito na tampinha do dito iogurte. E é isso
que eu acho, mesmo achando que não tenho direito de achar nada.
Etelvaldo Vieira de
Melo
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