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o longo de minha caminhada por este espaço
cibernético (gosto desta expressão), uma vez ou outra, tenho sido vítima de
críticas, ora veladas, ora ostensivas, notadamente quando menciono gostar de
videogame. Muitas pessoas torcem o nariz a esse fato, como se eu estivesse
realizando uma atividade menor, coisa de adolescente. Tais pessoas não entendem
que é nessas ocasiões, quando estou com um manete de jogo nas mãos, eu descarrego
minha adrenalina (naftalina, diria o ex-jogador Jardel), que, caso fosse
desviada para outras pessoas, poderia ocasionar ferimentos e até mortes.
Os jogos de videogame
estão aí para isso mesmo. Por essa razão, estão todos carregados de violência.
Caso eu tivesse que expiar, pagar as mortes virtuais que provoquei, não haveria
inferno que conseguisse me acomodar.
Quero, pois, dizer
para esses desavisados críticos: só apelando para tais jogos que consigo manter
esse meu tom de bom humor. Se eu me contentasse com as notícias de jornais e de
TV, teria um linguajar ácido a provocar gastrite em todos de minha convivência,
a começar por eu mesmo.
Dessa maneira que
levo a vida, o máximo de desconforto que carrego é, às vezes, o que chamam de “LER”
(lesão por esforço repetitivo), uma dor enjoada nos dedos das mãos - em
especial, no anular esquerdo.
Para esses críticos
de plantão, eu diria, também, para olharem a história, quando iriam saber que
muitas invenções só foram possíveis em momentos lúdicos.
Vou dar dois
exemplos. Quando Isaac Newton descobriu a famosa “Lei da Gravidade” (e que
enchia a paciência da gente, quando estudante), ele estava fazendo o quê?
Estava ele tirando uma soneca debaixo de um pé de maçã, depois de haver
lanchado num piquenique com umas três donzelas (era assim que as moças de então
eram chamadas). A extraordinária invenção do para-raios foi feita num momento
em que Thomas Edson se debruçava sobre um calhamaço de livro? Não! Ele estava
se deliciando, soltando pipas ou papagaios. E não era ele, então, um
adolescente espinhento, mas um senhor respeitável, de barba e bigode.
Portanto, não tem
nada a ver o fato de que amo videogame. Foi durante um jogo que tive o insight
da invenção do espelhosohp ® ou mirrorshop® (crônica postada em
28/09/2013). Está claro que ela não deu em nada, mas isso só se deve ao fato de
ser eu um brasileiro, de estatura mediana, de não ter sido Made in USA (ou in
China).
Etelvaldo Vieira de
Melo
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