Meu netinho está chegando.
Imagino-o atravessando
o ventre da mãe.
Em breve ele virá
lembrar-nos de que a vida
vale a pena ser vivida.
Certamente nascerá
e estenderá nossas origens
para além do século XXI.
Não será por certo político
nem dono de grande empresa
nem latifundiário.
O berço não é de ouro,
mas traz força da madeira
cortada pelas mãos
de um marceneiro.
Há de ter muita ternura,
para enfrentar este mundo
de parca comunicação
e (quase) sem poesia.
Daí ter de endurecer-se.
Não sei se haverá água
do mar ou dos Rios.
Talvez, aos vinte anos,
só conheça bichos e plantas
nos museus virtuais.
Nesse tempo futuro,
que será do céu
hoje ainda azul?
A camada de ozônio
estará menos perfurada,
as matas serão verdes?
Verá as chuvas?
Verá os ventos?
E as descobertas de Marte?
E os planetas habitáveis?
Davi matou Golias
com uma pedra à-toa.
David fará viver
a ciência
o livro
a lembrança dos pais
a lembrança do país.
O amor será alicerce
de que precisará
para brincar de bolinhas
pôr aves nos ninhos
sentir o coração.
Meu netinho está chegando
e eu já me preparando
para pousar em São Luís.
Que venha com saúde
com a certeza de ser homem
defensor dos mais fracos
contra a fome e os vícios.
Seja David
honesto e feliz.
2 comentários:
Muito bom. Gostei.
Muito bom. Gostei.
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