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FÁBULA NEBULOSA 35: MÁ ÍNDOLE OU FALTA DE EDUCAÇÃO? (*)
Foi o lobinho abandonado
pela mãe desnaturada
Sendo criado por pastor
com zelo e carinho
que o ensinava a roubar
ovelha do vizinho
e o garoto se tornando
mestre da empreitada.
Tendo aprendido muito bem
a lição
Pôs-se o guri a roubar
ovelha até do patrão.
Este, ao se dar conta do
ocorrido,
Reclama: - Por que fizeste
isso comigo?
Ao que responde o lobinho
sem pestanejar:
- Mas por que me ensinaste
a roubar?
Moral:
Esta fábula reflete a questão: o ser humano é mau por
natureza, ou é a vida em sociedade que o corrompe? Mesmo considerando que a
coisa não seja bem assim, com essa dicotomia entre bem e mal, cabe perguntar: o
quanto carregamos de herança genética e o quanto aprendemos com os outros?
Em última instância, a fábula defende a ideia de que o
predominante é a educação, a aprendizagem através de exemplos.
Assim, torna-se perigoso ficar transferindo para a
população, o povo em geral, a responsabilidade que é daqueles que detêm o poder
e daqueles que tiveram acesso á educação e que desfrutam de boa qualidade de
vida. Ou seja: quanto mais alto na escala social, mais aumenta a
responsabilidade do indivíduo.
A fábula quer dizer: não faz sentido ficar acusando o
povo pelos pequenos deslizes que comete, justificando, assim, grandes faltas.
O povo precisa de educação, de bons exemplos das
elites e das autoridades. Desse modo, é um péssimo exemplo um juiz – um que
anda aí na parada de sucessos – dizer, por exemplo, que “as regras têm que ser
aplicadas a todos; é dever de ofício”, enquanto faz “vistas grossas” para o fato dele mesmo receber um
salário três vezes superior ao ao teto que é permitido por lei.
Etelvaldo Vieira de Melo
(*) Invento e/ou releitura de Fábulas Universais
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