FÁBULA NEBULOSA: PRA QUEM SEGURA A ESCADA

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FÁBULA NEBULOSA 31: PRA QUEM SEGURA A ESCADA (*)
            
               Como bem diz o ditado, “a justiça de Deus tarda, mas não falha”.
            Foi o que sucedeu com aquele político que, tendo morrido (falecido, melhor dizendo, já que morrer é coisa de pobre), foi levado à presença de Deus para ser julgado. Evidentemente, tal fato também mostra que nem todo ditado é acertado, como aquele que diz: “aqui se faz, aqui se paga”. Esse ditado aí é conversa fiada, maneira de enganar os trouxas, pois o político em questão saiu ileso da vida terrena, só tendo que acertas contas na eternidade.
            Levado à presença do Altíssimo, Este o sentenciou ao Fogo Eterno, o Inferno. Quis recorrer da sentença o distinto, querendo saber se não havia uma instância superior, um STF ou similar, já que se julgava com direito a foro privilegiado. Nada disso demoveu o Pai Eterno, nem mesmo quando argumentou:
            - Meu nome não consta do Mensalão, do Petrolão, do Banestado, não fui delatado na Lava Jato e em nenhuma das CPIs instauradas durante minha vida pública. Estou sendo condenado simplesmente por ter sido político?
            - Não, meu filho – falou o Soberano. – Você está sendo condenado por ter sido conivente com todos aqueles escândalos. Entenda uma vez por todas: quem cala consente; ladrão não é só aquele que rouba, mas também aquele que segura a escada.
Moral:
Para quem é político: - E aí? Está roubando? Está calado? Está segurando a escada?
(*) Invento e/ou releitura das Fábulas Universais
Etelvaldo Vieira de Melo



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