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FÁBULA
NEBULOSA 20: A MOÇA E SEUS DOIS PRETENDENTES (*)
Esta é uma história que se passa num vilarejo chamado
Gameleira.
Uma moça, de nome Florbela, estava na idade de se
casar. Tinha muitos pretendentes, pois fazia jus ao nome: seus cabelos eram castanhos
e encaracolados, seus lábios eram cheios e os olhos, ah, os olhos eram esverdeados,
pareciam esconder um mundo de mistérios!
Chegou o dia da escolha do futuro marido, o que
deveria ser feito, como se sabe, pelo pai da moça. Numa espécie de reality
show, os pretendentes foram sendo eliminados, até que sobraram dois: um rapaz
de aparência feia, mas muito rico, vinha de um arraial chamado Fagundes. O
outro pretendente era um belo rapaz, mas de família pobre. Sua terra natal se
chamava Guarita.
O pai, demonstrando princípios avançados, permitiu que
a filha apontasse aquele de sua preferência, mas ela não fez nenhum gesto.
Então, o pai segredou-lhe ao ouvido, dizendo que ela poderia segurar um pulso:
direito, se o preferido fosse o moço de Fagundes, o rico, mas feio; esquerdo,
se fosse o rapaz da Guarita, belo e pobre. Depois de muita indecisão, a menina
segurou o pulso esquerdo; passado um tempo, segurou o direito. O pai levou-a
até a cozinha.
-
Como assim? – falou, mais preocupado que nervoso. – Você quer se casar com os
dois?
- Não
– respondeu a moça toda recatada, mas com um lampejo de malícia nos olhos
esverdeados. – Quero almoçar no Fagundes e passar a noite na Guarita.
Moral
Quando possível, é sempre bom juntar o útil ao
agradável.
(*)
Invento e/ou leitura/releitura de Fábulas Chinesas
Etelvaldo
Vieira de Melo
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