Sabia você que lá na Coreia do Sul, para ajudar
pessoas deprimidas a apreciar a vida, foram criados lugares onde é possível se
fechar em caixões para “experimentar” a morte?
Já imaginou se adotássemos aqui no Brasil tal
costume, não só no sentido de valorizar a vida, mas também para mostrar como
tudo é provisório e passageiro? Por exemplo, lá em Brasília, nas entradas dos
prédios da Câmara, do Senado, do Palácio da Alvorada e do Supremo, poderiam ser
colocados caixões para que nossos políticos e magistrados, diante da
perspectiva da morte, colocassem um freio em suas ambições desmedidas e sede de
poder.
Quando
conhecemos outras culturas, outros costumes, muitas vezes acontece de
confrontarmos nossos próprios valores.
Tal
foi o que sucedeu comigo ao assistir, através de canal de streaming, a algumas
séries coreanas. O choque foi tão intenso que fiquei viciado. Desde então,
emendo uma série com outra, ao final do dia, quando os compridos fazeres e
afazeres do lar foram todos cumpridos (agora, por exemplo, estou, extasiado,
acompanhando a saga de “Mr. Sunshine”).
Os
choques culturais são variados. Por exemplo, a sexualidade entre coreanos se
expressa em apertos de mãos, abraços. Só muito raramente acontece um beijo. O
mano Jovelino Floreano, o Jojó, assistindo a uma série que indiquei (“Live Up
To Your Name” – Honra teu Nome), ficou frustrado, pois aguardava ansioso um
beijo hollywoodiano e ele não acontecia.
Pensando
bem, a gente vê como o ocidental “queima” etapas nos relacionamentos quando, em
vez de valorizar os preliminares, vai logo para os finalmentes.
Outro
exemplo pode ser dado com a série “Live”, que não fica entre as tops, mas que
ensina muita coisa bonita. Ela retrata a formação de recrutas para a polícia
militar e o dia a dia de uma corporação. Em certo capítulo, um recruta disse:
👮: Quero ser digno do salário que é bancado pelos cidadãos do país! (salário que
nem é lá essas coisas, bem inferior ao que é pago aqui no Brasil).
Eu
me pergunto: será que nossos políticos, nossos magistrados e militares pensam
assim? Será que eles procuram ser dignos dos salários que lhes são pagos
através dos impostos?
Na
Coreia, impressiona a consciência dos limites possíveis, fixados através de
“protocolos”. Por causa desses limites, acontece muito a gente ver civis
ofendendo moralmente policiais, ao tempo em que os agride fisicamente com
empurrões e cusparadas. Que coisa! Quando vejo a polícia de nosso país, matando
primeiro para depois pedir explicações, penso: “- Quanta diferença!”.
Veja
você uma manchete de jornal apanhada ao acaso: “PMs espancam jovens com socos e cassetetes em dispersão de baile em
Osasco, SP” (UOL, 08/09/20020). Se tal fato ocorresse na Coreia do Sul, os
soldados seriam expulsos da corporação e teriam que pagar pesada multa aos
jovens.
Talvez
você pergunte, ansioso em saber onde pretendo chegar:
-
Mas, então, quer mudar para a Coreia?
Olha,
a Coreia do Sul tem umas particularidades bem interessantes. Por exemplo:
💩 Para presentear um coreano, nada melhor do que lhe oferecer um chaveiro ou
pingente em formato de... cocô. Para o povo daquele país, as fezes são um
símbolo de fortuna e sorte;
👶 Lá na Coreia do Sul, os bebês já nascem com um ano de idade computado;
💃 Coreano cuida bem da saúde: apenas 3,2% da população estão acima do peso;
📺 Três gigantes da indústria mundial são sul-coreanos: a Samsung, a LG e a Hyundai;
👸 A Coreia do Sul é a capital mundial da cirurgia plástica. Entre cinco mulheres,
uma já passou por cirurgia estética. É muito comum que garotas recebam uma
cirurgia plástica nos olhos de presente de aniversário de 16 anos, para ter uma
aparência mais parecida com a ocidental (para mim, um erro lamentável);
🏆 O taekwondo é um esporte coreano;
💕 O tipo sanguíneo é sempre levado em consideração na hora de se escolher o
parceiro amoroso ideal. Assim como os signos do zodíaco, o tipo sanguíneo é
usado para descrever traços de personalidade.
Quanto
à sua pergunta, se quero mudar de país: quero mesmo é que possamos aprender com
outras culturas, corrigindo as falhas de nosso caráter que, infelizmente, está
se deteriorando a cada dia por causa de tanto mau exemplo.
Veja você: enquanto no Brasil a vegetação arde em queimadas, as árvores dos espaços urbanos na Coreia do Sul recebem nutrientes através de bolsas de soro.
Como diz
Ricardo Kotscho, no seu “Balaio do Kotscho": Vida que segue!
Etelvaldo Vieira de Melo
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