SONATA DE OUTONO (2ª PARTE)

 

 MONITA + 6

Regina Ângela, minha irmã, surge estrelada em maio/14/ mês das flores.

Molhada fralda, mamãe a troca. Exausta? Nada. Aleita junto à criança farto desejo de lhe ensinar receita de bolo. Comida bem feita. Limpeza dos tacos a escovão. Reclama? Nem se queixa frente aos árduos serviços domiciliares. Rodos. Vassouras. Jogos de cama e mesa. Tudo gira cá pra lá, lá pra cá. Batiza-a nossa Carmense Igreja Católica. Depois, comunga. Catecisma. Pergunto: Por que nomes nossos trocados? Maria, eu. Ela, Regina.  Ah, sim! Rainhas vêm ao mundo com semelhantes anjos.

Todos a amam? Quantos lírios contados? 8. Brinco de bondade, altruísmo, inteligência. Papai nela se inspira ao compor e tocar delicadas harmoniosas valsas para violino e flauta. S. Rios Jr. torna-se o melhor amigo-confidente. Jaimico, partido mano, feliz a conduz entre jardins/ jasmins/ sol nascente. Eu leio, berçando, O Livro de Lili: ‘Olhem para mim. Sou a graça da titia’.   

Promove, 10/Vespasiano, inéditos shows com palhaços, malabaristas, bailarinas. Para quê? Quer anunciar: ‘Estimado público, eis aqui a deliciosa Papa-Fina do Tão’. Durante os espetáculos, recolhe nomes: Senhor vendedor local ou d’acolá? À tarde, carrega sobre os ombros vermelhos enormes pacotes de pipoca. Deles, lota vendas. Botecos. Armazéns.

Estuda? Claro, leitor. Faz bonito? Mire azul no Boletim/Grupo Escolar. Aos sábados? Fim de semana, desfila sereia bela pela passarela/ Funil Esporte Clube. Quem enfeita suas botas e capas aveludadas no Carnaval? Ora, ora bolas, eu! Afã de colar robertos carlos. Desenhos. Lãs. Elãs.   Contemplo-a dentro do espelho. Sobe escadinhas até o degrau enfeitado/caminhão dirigido por tiPedro. Guarde imagens, frágil memória! Descreva-a, musa pré-adolescente. Saiote laranja. Máscara acetinada. Batom e blush rosados. E daí e daí? Súbito, lança-nos à cabeça mil marchinhas à la L. Babo. Confete. Purpurina. Beijos.

Deixo sobrescrito este enaltecimento:

Filhos. Parentes. Amigos. Colegas. Honrem-na pelo firme caráter. Formosura sem par. Completa humanidade. Foi assim às 16 primaveras? Óbvio, voz em off. Voa no ar   florido buquê. Alvas camélias. Cravos. Miosótis. A senhora escritora pede vênia? Por favor. Saboreie comigo, coautor, um caixote inteiro de dourados biscoitinhos, cartões, risos, canarinhas palavras.

Quem o fez? Quem o trouxe?

Graça Rios

1 comentários:

Unknown disse...

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