COMENTÁRIO CRÍTICO



         Eis aí o teatro dos horrores. Pós-Modernismo-Barroco.

Primeiramente, cumpre-me expor a natureza do último vocábulo.

Há várias acepções sobre a plurissemia do termo.  Teria surgido do árabe Burka: terreno arenoso, cheio de barro e pedra. Ou do italiano Barocco e do francês Baroque.

Designa ‘uma pérola embutida na rocha, portanto, de superfície irregular, penhasco’. Por extensão, passa a significar esquisitice, extravagância, barbaridade, confusão.

Por último, equivaleria à forma de silogismo aristotélico, usado aqui pelos inconfidentes em seus segredos e pela contrarreforma católica no século XVIII.

Quanto ao Pós-Miodernismo, existe como ceticismo, irreverência, ironia, rejeição sarcástica às ideologias políticas. Combate o racionalismo conservador através da contingência do pensamento ou relativismo epistemológico.

A leitura dramática apresentada solicita indumentária próxima à usada na Idade Média em processo inquisitivo. Mesmo a barba nos lembra ‘O Nome da Rosa’, de Humberto Eco. As tragédias se equivalem. Expressão física, principalmente facial, corda nos dedos, performance, tudo corresponde à épica pré-estória do mundo atual.

Note-se a entonação bizarra da voz em cena. Os gestos excêntricos, a inconstância e o nervosismo nos movimentos do artista.

O chiaroscuro ambiental, a parca luz, o acabamento espacial, a fluência (ora defluência) discursiva, são elementos altamente estéticos no estreito palco da desilusão. E mais e mais...

Poderia escrever mil páginas em torno da magistral apresentação do ator. Entanto, pauso o comentário.

Esplêndido! Parabéns!

Agradeço-lhe pelo envio.

 Graça Rios

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