Bem
que Raul Seixas já cantava há dois mil anos atrás (mas ninguém prestou
atenção): “Ói, olha o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance
astral”.
E
o Mal foi chegando, chegando, até se instalar de vez. Enquanto isso, o Brasil
chegava a um ponto onde a vida do ser humano passou a valer quando muito uma
bala... de revólver. É o que pude depreender de uma notícia veiculada no jornal
O TEMPO do dia 26/02/2021.
Tudo
começou com um cachorro fazendo barulho em um prédio, latindo e arranhando a
porta do apartamento de sua dona ou cuidadora. Aquilo incomodava demais um dos
moradores, que reclamava no grupo de Whatsapp do condomínio. Para acertar a
situação, o síndico propôs uma reunião entre o desafeto, a dona/cuidadora do
cão, ele e mais outro morador, que iria atuar como testemunha. A reunião seria
na noite da quarta-feira, dia 25, na garagem do prédio onde moravam.
Parece
que a conversa não transcorreu em tom amigável, com o reclamante, que não usava
máscara, se mostrando muito exaltado. A certa altura, ele falou, enquanto
sacava uma arma:
-
Vocês acham que eu sou bobo.
E
atirou. Primeiro, contra o síndico, mas a arma falhou; depois, atirou contra a
dona do animal. Atingida numa perna, ela caiu no chão e ali ficou chorando de
dor.
-
Você deu sorte – falou o homem raivoso. E disparou sua arma novamente contra o
síndico.
Este
caiu no chão, fingindo estar ferido, enquanto que a bala ricocheteava na
pilastra da garagem. O outro morador conseguiu correr, assim que foi dado o
primeiro disparo, e fugiu do local.
O
suspeito fugiu logo após o crime e não foi mais encontrado – detalhou o autor
da reportagem.
Como
são as coisas! Em pleno período de pandemia, quando deveríamos estar unindo
forças no combate desse mal, encontramo-nos cada vez mais divididos e
caminhando para uma guerra fraticida, graças ao mau exemplo de um presidente
destemperado, que só cuida de fomentar o ódio e a discórdia. Em vez de promover
a compra de vacinas e de insumos para salvar a vida dos brasileiros, o que ele
cuida é de tripudiar as medidas de segurança, jogar suas responsabilidades nas
costas dos outros e incentivar o uso de armas de fogo, dizendo que está fazendo
isso para atender as pessoas “de bem”.
Se
até agora o risco de sermos atingidos por balas “perdidas” era possível, daqui
para a frente ele se torna bem provável e assustador.
Em
2020, só a polícia do Rio de Janeiro matou, em média, 3 pessoas por dia. Agora,
com o armamento das “pessoas de bem” e o descontrole da pandemia, vamos ter
mortes pra tudo quanto é lado.
É
então que as pessoas normais, desnorteadas, irão repetir Raul Seixas,
perguntando: - Quem vai ficar, quem vai partir?
Olhando
para o céu, muitas irão perceber o sinal das trombetas, dos anjos, dos
guardiões - e de Deus, deslizando entre brumas de mil megatons.
2 comentários:
Triste realidade de nosso Brasil ����
Valor bem a verdade antigamente os políticos usava da indústria de seca para tirar proveitos em cima dos coitadinhos. Hoje usa o terror para deixar todos nós perdidos sem saber o que fazer Eu acho que morre mais gente no Brasil de
balas perdidas etc de que muitas guerras ja passadas.
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