DIREITO DE VIVER

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"Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Tema excitante da redação de 2021 do ENEM, digno de reflexão. Desperta a consciência humana, tantos são os vivos que não existem formalmente. Sem condição de vida, sem direito de viver. Uma realidade incontestável e um quadro lamentável, decepcionante e desesperador. Famílias desordenadas, pais negligentes e desnaturados, filhos sem pais, desgarrados, soltos e perdidos no mundo, mães inconsequentes lançando, no mundo, filhos carentes de amor e futuro. Um incremento à fome e à miséria. Problema social, naturalmente. Culpados, o país e a sociedade. Uma política voltada para o poder e a ambição, protetora dos que mais lhe interessam. O retrato de um país de desigualdades várias, com uma expressiva camada de megalomaníacos, párias que não se importam, prezam e valorizam a vida do semelhante em condições sub-humanas. Falta de humanidade, isso significa, enfim. Trata-se de um ambiente em que prosperam os conceitos ideológicos enganosos e inconvenientes ao grupo superior. Sucede que, nesse contexto, interessam ser preservados, distanciados da educação isenta, saúde e segurança do povo. Há, talvez, interesse para que não sejam asseguradas essas condições de vida. A inexistência formal dos vivos então se justifica. Nasce um composto de deficiência educativa com falta de assistência geral. E os vivos-mortos penam por tais despropósitos. Como adquirir direitos de cidadania se nem sabem de onde vieram e quais são seus pais? Transitam numa situação desesperadora que pode levá-los a uma medida extrema. Sem os direitos de cidadania, na luta pela sobrevivência e sem ter como conquistar o pão de cada dia, podem apelar para a criminalidade. Quando muito, apesar de sua santa ignorância, conseguem encontrar uma entidade assistencial dentre as escassas ou algum meio assistencial em sua agonia ou desgraça. Queira Deus se apeguem ao lado religioso! Pode a escolha, pelo menos, ser o lenitivo para suas dores. Conforme o aspecto dessas criaturas informais, há formais que podem estar em igualdade de condições. Sobretudo, os que sustentam uma prole e estão desempregados há longo tempo. Podem, também, desesperar-se e praticar atos que comprometam sua conduta e idoneidade. Alto tem sido o índice de desemprego no país. O fato acontece em função do desenvolvimento socioeconômico. Na sua falta, deficiência ou escassez, crescem desguarnecidos dos meios de sustentação sobre uma evidente e autêntica crise popular. Infelizmente, fica prejudicado o desenvolvimento, se a base educativa nacional for deficiente e os meios de comunicação tendenciosos. A condução dos destinos de uma nação depende, substancialmente, de capacitação, conhecimento da realidade presente. Desconhecem-se ações empreendedoras austeras, sob gastos comedidos e projetos viáveis indispensáveis.  Falta-lhe consciência política voltada para o precípuo interesse da coletividade. Nesse sentido, caso a população não reconheça sua necessidade maior; não observa esses princípios ao escolher dignos representantes, torna-se a verdadeira responsável por toda e qualquer situação degradante existente. Urge uma consciência pública e humanitária versada no interesse comum e coletivo. Por outro lado, é preciso que a mídia e a escola procurem se inteirar plenamente da situação caótica do país. Cabe-lhes propagar os princípios norteadores do seu destino, a fim de prosperar uma consciência democrática unânime e equitativa. Interesses contrários ao bem comum devem ser relegados. O futuro da humanidade depende das atuais ações empreendedoras. Cada país tem um grau de sensatez e sua cota de participação.
Sebastião Rios Júnior

2 comentários:

Dulce F. Lopes Lobato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lopes al'Cançado Rocha, o Cristiano disse...

"A maior riqueza de um País é a sua gente intruída e qualificada." (José Marques Correia Neves).

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