Loprefâncio Caparros, como quase
todo brasileiro, já foi apaixonado por futebol. Ainda criança, na década de 50,
começou a torcer pelo Flamengo. Até hoje tem lembrança da formação do time:
- Chamorro, Servílio e Pavão;
Jadir, Dequinha e Jordão; Joel, Duca, Evaristo, Dida e Zagalo.
Depois, quando viu que era mineiro,
passou a torcer pelo Cruzeiro. Na década de 60, acompanhou o despontar de jogadores
que iriam lhe proporcionar as maiores emoções como torcedor:
- Raul, Pedro Paulo, William,
Procópio e Neco; Piaza e Dirceu Lopes; Natal, Tostão, Evaldo e Hilton de
Oliveira.
O tempo foi passando, o Cruzeiro
conquistou inúmeros títulos e o futebol começou a perder a graça, com os
dirigentes roubando horrores, os jogadores se vendendo a peso de ouro, radialistas
usando do esporte para conquistar cargos políticos.
Foi quando o Cruzeiro começou a
construir sua derrocada. Em 2019, caiu para a Segunda Divisão do Campeonato
Brasileiro. Em 2021, não conseguiu retomar para a primeira Divisão, ainda
afundado em dívidas praticamente impagáveis.
Hoje, Loprefâncio pensa igual o Roberto
Carlos, quando diz: “De hoje em diante vou modificar o meu modo de vida, só vou
gostar de quem gosta de mim”. Sentindo que o Cruzeiro não gosta mais dele,
pensou: “A fila anda. Vou torcer para outro esporte”. E passou a acompanhar os jogos de vôlei
feminino.
No entanto, no dia 27 de novembro
de 2021, não resistiu à curiosidade e foi assistir (pela TV, naturalmente) à
decisão da Copa Libertadores entre Flamengo e Palmeiras. O Flamengo era o seu
primeiro time do coração, e uma música diz que “uma vez Flamengo, sempre
Flamengo”. Já o Palmeiras foi conhecido como Palestra Itália, tendo sido
formado pela colônia italiana de São Paulo, fato similar ao que aconteceu em
Belo Horizonte com o Cruzeiro, que no início era também Palestra.
O dilema era aparente, de fácil solução:
entre um e outro, melhor seria torcer por nenhum. Mas Loprefâncio viu pela TV a
figura de Renato Gaúcho, personagem por quem nutre a maior antipatia (por
Renato ser um boslsonarista declarado). Decidiu: vou torcer pelo Palmeiras.
A certa altura (do jogo), entra no
time do Palmeiras um jogador bolsonarista tão nauseabundo quanto o Renato:
Felipe Melo. Aí, Leoprefâncio pensou: “- Vou torcer pelo Flamengo”. Mas, então,
ele notou na camisa do time do Flamengo uma logomarca da “Havan”, uma empresa
nojentamente bolsonarista. Então, Loprefâncio ficou sem saber o que pensar. Mas
aí o jogo acabou, com a vitória do Palmeiras por 2 X 1, deixando nosso amigo
razoavelmente satisfeito.
Quem não deve ter gostado nada foi JB, conhecido como Boslsonaro. Em um desses sítios de notícias, Loprefâncio viu uma foto do cujo, ladeado de militares, puxando saco uns dos outros, diante de uma tela de TV. A manchete da notícia dizia: “O palmeirense Bolsonaro decide torcer pelo Flamengo”.
“Vai ser ‘pé frio’ assim lá em
Dubai dos Emirados Árabes!”, pensou Loprefâncio, sorrindo discretamente.
Nota: Segundo notas de jornais,
Felipe Melo está sendo sondado para defender o Cruzeiro em 2022. Caso isso
aconteça, vai ser a pá de cal para enterrar de vez a vida de torcedor de
Loprefâncio.
Outra coisa: Renato Gaúcho, Felipe Melo,
“Véio da Havan” e Bolsonaro certamente não estão nem aí pra Loprefâncio
Caparros. Caso estivessem, por uma questão de justiça, teriam todo o direito de
ficarem indignados e tomados de nojo para com nosso pobre amigo.
Etelvaldo Vieira de Melo
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