ALI-BABÁ

  

Abre-te, gentil caverna!

Venho fugir do mundo.

Quero no teu seio

livrar-me da tocaia e da inquietude.

Anseio pelo amável tempo

gotejando nesse templo ignorado.

Por amor puro diluído,

no interior da gruta me sepulcro.

(Adormeço entre longos perfumes.)

Lá fora, eu-Outro aturde os próprios olhos,

mas nada os perturba ou divide

na obscuridade de teu ventre.

Um freixo, um seixo d’água - apenas - sou,

ao colher dentro em ti silenciosa

o caminho, a integridade, a vida.

Graça Rios

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