SONETO DE NATAL


Machado de Assis

Um homem, - era aquela noite amiga,

noite cristã, berço do Nazareno, -

ao relembrar os dias de pequeno,

e a viva dança, e a lépida cantiga.

 

Quis transformar ao verso doce e ameno

as sensações da sua idade antiga,

naquela mesma velha noite amiga,

noite cristã, berço do Nazareno.

 

Escolheu o soneto... A folha branca

pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,

a pena não acode ao gesto seu.

 

E, em vão lutando contra o metro adverso,

só lhe saiu este pequeno verso:

“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

 

Para você, uma feliz comemoração de Natal. E que, apesar das mudanças, permaneçam vivas e renovadas as esperanças de um Ano Novo de Saúde, Paz, Amor e muitas Alegrias.

Abraços de Eleutério, Cinisvaldo, Ingenaldo, Loprefâncio, Anatalino, Fridulino.

Etelvaldo Vieira de Melo


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