O QUE EU QUERO? (SUJEITO A ALTERAÇÃO SEM AVISO PRÉVIO)

 


O nada absoluto

O nada relativo

Quero a cissiparidade do ser

Entender a Teoria Quântica

E o mundo do alfa ao ômega

Sem metafísica, sem teogonia.

 

Quero ganhar na Loteria

Ou a Sorte Grande da Federal

Não dar satisfação

Não me sentir culpado

Quem sabe um cretino

Que se dá bem

Muito bem, bem legal.

 

Quero um ansiolítico

Dormir

Cafeína

Batata frita

Aperitivo

Leite sem lactose

Um vinho merlot

Ou um sonrisal.

 

Jogar  Fishing Planet no videogame de minha filha

Assistir a uma série coreana chique demais

Tocar House Of The Rising Sun no violão

Comprar um eletrônico na AliExpress

Fazer esteira ouvindo Rock Anos 60

Tomar chá de camomila com sabor mel

Beliscando um bolo de baunilha.

 

O que eu quero?

Viajar pelo mundo

Viver cada segundo

Quero um sorriso

Uma amizade

Um amor

Ou o soro da verdade, Tiopentotal.

 

Quero o cinismo dos cretinos

A certeza dos estúpidos

O dogmatismo dos fanáticos

A arrogância dos dogmáticos

A arte cênica dos hipócritas

A boa-fé dos crédulos

O deboche daqueles que fazem de Deus mercadoria. 

 

Afinal, entre tanto querer,

o que eu quero?

Deus?

Não sei.

E juro por Deus que não sei.

Etelvaldo Vieira de Melo


3 comentários:

Anônimo disse...

Enquanto quisermos o “QUERER”, do que quer que seja, não conheceremos quem somos. Só conheceremos o que a cultura religiosa e intelectual dominante fez de nós.
Imagine QUERER ser virtuoso, se a virtude é nata e espontânea?
Vivemos numa cultura do MEDO, medo de não nos AJUSTAR, medo de não ter importância nessa sociedade hipócrita …. E vivemos nessa incessante busca por segurança, por ser alguém na multidão de imbecís com doutorado.
Será possível viver sem essa auto importância, que um dia nos leva ao pedestal e no outro ao lixo? É POSSÍVEL OBSERVAR OS MECANISMOS “do próprio pensamento “, formando imagens, dias enaltecedoras, dias depreciativas?
Sabe qual a diferença “de nem pensar”, mesmo em ser nada, para querer ser alguma coisa? No ser nada, a preocupação com o tal EU acaba.
Sabe o que levamos da escola? Que TEMOS que ser alguém na vida, e esse pensamento incessante se transforma em caixas múltiplas de Rivotril delirantes. Viramos papagaios copia e cola, e juramos que esse tal EU(s), em todo início de frase, é real rssss… uma postura tão auto centrada como um novelo de memórias limitado e estático, criado pelo MEDO da própria existência vazia.
E o que é o “nada querer”? Talvez… o único estado de lucidez plena.

Anônimo disse...

Quero, além disso quereres do blogueiro, o direito à liberdade de expressão, o direito à vida desde a sua concepção, o direito de ir e vir sem medo, o direito de crer no meu Deus, os direitos constitucionais assegurados para os meus filhos e netos, o direito à saúde do corpo , da mente e do espírito, etc etc etc , o direito de ser feliz!

Anônimo disse...

...dos quereres do blogueiro,...

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