BELATRIZ
ENTRA EM CENA
Para Ana Cristina
Cesar
Enquanto isso, vai produzindo textos. Bliss. Com boina e maquillage. Dizem até que vai bem no
rímel e adereços. Uma pinta feita de palavras. Muito gata, assume seu lugar.
Penas é que não faltam.
Corrige a pronúncia, vai deletando. O chip da memória. Caneta guiada pelas
sombras azuis. Ponto e vírgula. Não deduz o Imposto de Renda, nem a cota do
Minas Tênis.
Esta escrita é própria do
louco, dos louros da vitória.
Prossegue o caminho, muito
discursiva, fazendo poses e cartões postais. Uma bolsa Louis Vuitton? Blush e
rouge sobre o nasal.
Que lágrima, agora?
Simplesmente contundente. Não trafega, nem encontra mão. Proibido estacionar.
Bilhetes de bordo a Paris.
Quem a incita a descrever? Segue os sinais de Ana C., muito porreta depois do
incêndio.
Dá meia volta, tratando-se
com Frontal.
Vênus desnuda, caprichos de
arranha-céus. Segue em frente no volante em nome de adeus.
Recomeça pelo findar. Que
não são cicatrizes, mas cinzas. Extrato de camélias, cosméticos do exterior.
Agora, perfumada, pode
reler Baudelaire.
Imagem: moipermoi.files.wordpress.com
IIi
I
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