Ao
lado, Henriqueta Lisboa
e
seu livro sobre a morte.
Tem
Carlos Drummond de Andrade
que
poesita
oceanos
de fantasia.
Minas
não tem mar,
mas
tem Fernando Sabino
em
frente ao espelho
da
vida.
Bartolomeu
Queirós
é
sua infância expandida.
Viva
Roberto Drummond
e
Atlético X Cruzeiro.
Tem
estrelas
que
brilham à noite
e
adormecem de manhã.
Minas
tem solo
cheio
de jazidas
e
o São Francisco,
rio
navegável.
Minas
tem mistérios
de
muitas inconfidências
que
calam a boca
dos
reis.
Minas
tem Belo Horizonte
com
feições de cidade grande.
Tem
Ouro Preto,
Sabará,
Tiradentes
e São João del Rey.
Grupos
de índios pataxó
jamais
se extinguirão.
Minas
não vê o mar,
mas
vê lagoa
em
Lagoa Santa,
terra
de grutas
do
doutor Lund.
Minas
tem desassossego
de
amores contrariados
Riobaldo
e Diadorim.
Tem
a língua mais besta do mundo
de
arraiais oriunda.
Minas
não tem mar,
mas
as solidões
varam
dias de frio
de
abril a agosto
em
pavios.
Minas
tem grandes fazendas
de
fazendeiros gerais,
perfumes
pelas ruas
e
muita politicagem.
Os
políticos perdem as folhas
fazem
discurso de ar.
O
tempo vai escorrendo
Num
correr bem devagar.
Minas
tem doce de leite
e
goiabada cascão.
Tem
queijo
diversas
canastras
e
(ainda) muitas montanhas.
Minas
fala tão engraçado,
põe
açúcar no português.
Não
tem mar, mas tem amar
Ah!
mar que Minas
não
tem.
Mineiro
reza o terço
às
seis horas
faz de tudo ritual.
Por
trás das portas fechadas
a
fofoca é pontual.
Minas
tem uma cor bonita
quando
se anda
de
avião.
Os
jecas-tatus e jagunços
se
perdem nos socavões.
Minas
não tem mar
mas
tem em demasia
mulheres
e homens de tino.
Tem
faculdades famosas
e
biodiversidade.
O
universo de Minas
só
se acaba no fim de mundo
de
Uberaba ou Ouro Fino.
No
mais é tudo pacato
um
trem danado no chão.
O
povo é todo loucura
que
se resume num ai.
Quem
quiser conhecer essa terra
vem
correndo, que é bão, uai!
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2 comentários:
Que maravilha é Minas Gerais!!
Oh Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais!
Belo texto, Parabéns!
Prof. Marcos Soares
É por tudo isso, uai, qui é bão ser minero (na língua besta oriunda do arraiá onde nasci...) Parabéns, Graça, pelo belo retrato de nossa querida Minas Gerais. Seu texto é antológico. Vicente de Melo, morador de Uberaba bão, sô!
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