CANÇÃO DO EXÍLIO



Belo Horizonte,                                         
estamos de volta.
De novo com os amigos,
com essa gente boa
próxima do espírito.
Sentimos falta
de seu clima agradável,
da vida que é esta:
subir Bahia 
e descer Floresta.
Quantas lembranças
em solo alheio
da Savassi
e do Sion.
Quanta falta
das suas igrejas
da Praça Sete
onde o povo formiga.
Imagem: fragmentodetempo.wordpress.com
Enquanto no exílio,
não comemos do queijo
não vimos as canastras
nem a Serra da Mantiqueira.
Lá onde estivemos,
não existe a Liberdade
em que caminhamos
soltos, de tênis
todas as manhãs.
Vontade louca
nas tardes vazias
de comer feijão com arroz
e emendar um doce de leite.
Adeus, falta de telefone,
Facebook, Internet.
Aquele sofrimento
a gente só esquece
no Mercado Central
ou na Praça do Papa.

Só lastimamos
a queda abrupta
do viaduto.
Disso não soubemos
por causa da Copa.
Essa notícia,
cidade-jardim
põe triste a poesia
que mora em mim.

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