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Numa verbal volúpia
escrevo-te o poema.
Não me esqueço do
corpo,
erotizando as
palavras.
Quando a lua pisca
e a casa cai
como um punhal,
mando esta carta
triste
e mando com final.
Sou uma figura
estranha:
vou até a exaustão.
Não temo a tua
memória,
mas tenho pânico
à mão.
Fiz o que pude.
Cedo ou tarde
reencontro
o ponto de partida.
As horas fundamentais
já me visitaram.
Por que será que te
esqueço
e fico só na ilha,
pensando em correr,
ao invés de caminhar?
Precisávamos ir mais
devagar.
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