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Não morram os senhores
ainda esta noite.
Suspendam o ar
fechem a água
nada de fogo
nada de terra.
Apertem os cintos
tirem a roupa
fogão à lenha
nenhuma saúde
nenhum desatino .
Desliguem as luzes
vendam a mobília
recontem o mês
abaixo a geladeira
(esse luxo burguês)
Só sopa na barriga
(cheia de lombrigas)
pouco chão.
Fica abolida
qualquer forma de morte
por causa dos gastos
com o caixão.
Não criem mais filhos
inventem abortos
e à vida futura
digam NÃO.
Redução de gastos
metade do pão
nada de farmácia
ou reunião.
Será o fim dos tempos?
Ainda não é
muita gente se alimenta
de pastores da fé.
Por trás dos muros
duros olhos espiam
mordazes morcegos
da escuridão.
Os mendigos nas pontes
maltrapilhos, doentes.
Os políticos comendo
cavalinhos correndo
e a poesia
na contramão.
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