A ÁRVORE VÊ O HOMEM

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 Estou aqui, florindo, apesar de tudo.
Ele nem me vê, cortando com pressa
o sinal vermelho.
Seu rosto é uma nuvem
sem chuva.
A cabeça inquieta
é difícil de parar.
Ele se denomina racional,
mas não sente que é domesticado
pelo Sistema.
Lá vão os seus passos
nunca fixos nos lençóis d’ água.
Faltam-lhe o ar puro e o ouvido,
sempre olvidados.
Ao corpo, não surgem galhos,
pois as mãos e as pernas
caem, desfolhados.
Não lhe nascem raízes,
nem é frondosa a árvore genealógica.
Os seus perfumes
cheiram a óleo e a gasolina.
Os cabelos, desmatados,
não brilham o meu verde,
e as estrelas dos olhos se apagam,
sem firmamento.
No entanto, é jovem,
tal um vento de outono,
no bosque dos ancestrais.
O tronco é rugoso
e tomba para a frente,
sem querer dar frutos.
O que é do silêncio,
que em mim mantenho?
A voz lhe buzina,
mesmo sendo sozinho.
E sua mente desova
ninhos vazios.
É o homo sapiens,
rei das plantas e dos animais.
No mais, leva o floema
do computador.
Segue procurando
a minha fotossíntese,
que nele não há.
Vai-lhe a sombra correndo,
descolorida,
atrás dos sinais.
 




PALAVRAS MÁGICAS


ALONGAMENTOS OFICINAIS/ LETRAS MÁGICAS

A máquina, que era mágica, tornou-se trágica quando, trêmula e trôpega, atropelou o coração do homem.

A mola amola quando perde a mola? E a faca, será que se pode fiar numa faca afiada?

Quando soube que o essencial é invisível para os olhos, o cego pensou, aliviado: <Ainda bem!>

Muitas vezes, um olhar vale mais do que mil palavras. Aprendi tal lição com o cãozinho lá de casa.

Alguém diz: <Alguns amores vêm e vão, mas nunca vêm em vão.> Pergunto eu: <E, quando vão, é em vão?>

Prova de amor: porco-do-mato dar abraço apertado em porco-espinho.

Palavras do Dr. João: <Os tempos mudam, no devagar depressa dos tempos.>

<Aprendizagem é a arte de desocultar mistérios>, segredos guardados e escondidos.

Aquilo que sei de sabor e de saber: não há nada melhor do que aprender a viver a vida.

Lição da Natureza: Nada é tão simples quanto um pé de orquídea; nada é tão belo quanto uma orquídea em flor.

De tardezinha, uma avezinha voa sob uma nuvenzinha em busca de sua casinha num pé de jequitibá.
Etelvaldo Vieira de Melo


TEMPESTADES

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Chove chove chuva
tamborila na vidraça
entoa a flauta dos anjos
e o bombardino dos trovões.

Pluvia o povo, pluvia,
faz a nossa cara
ficar verde e dar flor.

Flor de maravilha!

Os pingos enxaguam
dentro de tudo
fornecem mel de abelhas
e os campos agradecem.

Cai cai chuvona,
para nossa alegria.
Chuveira toda a terra
traz a doçura
de volta ao rio.

Induz nosso sono
com sonhos molhados.
Paris seja nele
a cidade-luz.

Chove chuvinha
chuvinhosa e constante
porque o arco-íris
(e a esperança)
vêm dos seus diamantes.


FÁCIL & DIFÍCIL


            - Cumpadre, ocê tem um cigarrinho de paia pra me arrumá? Daqui eu vou até a venda e te trago um outro de lá.
            - Magina, cumpadre, num tem de quê. Esteje servido; enquanto isso, vamos proseá.
            - Que bom, pois lá na EJA, mandou o professor de redação que a gente escrevesse uma coisa fácil, seguida de uma difícil, como se fosse possível tal artifício, tudo numa dissertação. Pode me dar uma mão?
            - Cumpadre, nessa querela entre fácil e difícil, nem sempre prevalece a razão, com um se passando por outro, invertendo desse modo a avaliação.
            - Pois é, cumpadre, nem sempre o fácil é fácil, nem sempre o difícil é difícil. O difícil pode se tornar fácil e o fácil pode vir a ser difícil.
            - Mais uma coisa é certa: pior é temer o difícil, por pior que seja a dor; enquanto que, muitas vezes, pode ser dispensado o fácil, pois o fácil nem sempre tem valor.
            - Cumpadre, sua palavra é bem dita, mas vamos à dissertação, para que eu não caia na desdita de ficar em recuperação.
         Depois de certos janeiros, uma pessoa cortar as unhas de suas mãos é fácil; difícil é cortar as de seus pés.
         Admirar a beleza multicolorida de uma borboleta é fácil; difícil é suportar as lagartas devorando seu canteiro de couve.
         Votar em eleição até que é relativamente fácil; difícil ou quase impossível é acertar na escolha de um bom candidato.
         Uma mulher (ou homem) que se faz fácil é fácil; difícil ou quase impossível é que esse fácil não acabe por ser fácil.
         Ser honesto não é tão difícil; mais fácil é ser corrupto.
         Dar um tratamento mais humano para os animais é fácil; difícil é a gente levar uma vida de cachorro vira-lata.
         Ver o que é uma pessoa quando ela está fora de si é fácil; difícil é saber isso quando ela está dentro de si.
         Ser corrupto é fácil; difícil é ser movido pela ideologia da propina (à moda de Millôr Fernandes).
         É fácil ver sinceridade no ódio; ver sinceridade na admiração é difícil.
           É difícil, praticamente impossível, um camelo passar pelo fundo de uma agulha; daí, e só por isso, torna-se mais fácil um rico entrar no reino dos Céus.
         É fácil deixar o tempo passar; difícil é segurá-lo.
         Fazer um bom trailer de filme é fácil, fácil; difícil é esse filme ser razoável ou bom.
         Quando o aplauso é fácil, a vaia torna-se mais fácil ainda.
         Antigamente, era mais fácil um “ladrão de galinha” ser condenado e preso do que um “ladrão de colarinho branco”; hoje, é mais difícil um “ladrão de colarinho branco” ser condenado e preso do que um “ladrão de galinha”.
         Para quem mora no interior, é fácil escapar dos “vícios capitais”.
         O suborno é fácil, quando se sabe onde o outro deixa de ser difícil.
         É fácil colocar um homem público corrupto na cadeia: é só lhe tirar o dinheiro que tem; o que é difícil.
         - Já chega, né, cumpadre? Minha cabeça até dói de tanto arranjar comparação. Creio que seu professor vai se dar por satisfeito com tanta citação.
            - Sei lá, cumpadre; o professor é encrenqueiro pra danar. De qualquer modo, obrigado e vamos ver o que vai dar.
NOTA: Assim que acabei de digitar o texto, pensei: “Agora está fácil, é só mandar imprimir as cópias para o professor e os colegas da EJA”. Havia me esquecido de um detalhe: a impressora podia estar sem tinta. Estava. Aí ficou difícil.

Etelvaldo Vieira de Melo

BRINCANDO DE POESIA

1 AMARELINHA
    Observe o jogo de palavras:

       


2 – LEIA DE TRÁS PARA FRENTE:
     SOCORRAM-ME! SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS.

3 – PALAVRAS COM DEZ LETRAS, SEM NENHUMA REPETIÇÃO:
    Pernambuco – Crisântemo...

4 – VEJA AS PALAVRAS:
a)   Palavras barulhentas: vidrilho, trovão, bateria...
b)  Palavras coloridas: arco-íris, balão, beija-flor...
c)   Palavras tristes: cinza, Mariana...

5 - HAI-KAI
          Amor
     tece
     dor

6 – AVENTURA DE GATO E RATO:
     O gato comeu o rato
     e no ato
     ficou muito grato.

7 – A GARRA DO GAVIÃO:
     Gavião perdeu a garra
     e só voa de avião.


    



A ORDEM DOS FATORES ALTERA O PRODUTO?

Não sei se pedi para vir pra este mundo. O que gostaria é de ter escolhido a ordem dos acontecimentos de minha vida.
Se está certo o que dizem os árabes, maktub! (estava escrito!), se nosso destino está previamente determinado, o que queria mesmo é ter sentado com as entidades superiores e estabelecido a sequência de meu tempo de vida.
Se tal sequência fosse franqueada a todos, para que a vida na Terra não se tornasse uma bagunça, cada pessoa teria seu tempo dividido em fatias de cinco anos, podendo manipular essas fatias. O texto abaixo tenta explicar porque as coisas deveriam ser assim, e não desta forma que está aí.
Eu penso que existe algo de profundamente errado com a vida humana. Creio que não fica bem essa cronologia de nascer, crescer, fazer, aparecer, acontecer, ser, descer, padecer e desaparecer. Minhas razões, para pôr em dúvida aquilo que está estabelecido desde sempre, estão fundadas em arguta observação ao longo da minha existência.
Aprendi que, ao contrário do princípio matemático, na nossa vida a ordem dos fatores altera, e muito, o produto final. Como exemplo, eu me lembro de um técnico de futebol que dirigiu a seleção brasileira. Ele passou por duas situações extremas: a conquista do campeonato mundial de 2002 e a vergonhosa derrota (7X1) para a seleção da Alemanha, em 2014. Se fosse você, qual situação deveria vir por último?
Quando alguém chega perto de você e pergunta: “tenho duas notícias para lhe dar, uma boa e a outra ruim, qual quer saber primeiro?”, irá escolher a ruim, deixando a boa para o final, nem que seja para ficar com um gostinho bom na boca?
Quando está tomando um delicioso sorvete, ou comendo uma torta ou um pudim, você o faz moderadamente, saboreando cada porção até chegar à metade? Daí em diante, tem o sentimento de que o gosto passou a ser um pouco amargo, tudo por causa do fim que se avizinha? Assim acontece comigo, não sei se é este o seu sentimento.
Vamos supor que você ganhe de presente uma árvore de jabuticaba, carregadinha de frutos maduros. Quem lhe deu esse presente foi a dona Leíla, mulher do Bomba, farmacêutico renomado da cidade.
Depois de catar um balde cheio de frutos e depois de lavá-los em água corrente, você se senta à mesa e começa o processo de degustação. Qual o seu cuidado? Certamente, você se preocupa em mordiscar primeiro aquelas frutas menores e de pior aparência, evitando engolir os caroços, para que, depois, não venha a sofrer desagradáveis consequências.
Você deixa para o final aquelas jabuticabas graúdas e pretinhas. Quando morde uma, a sua boca faz um barulho de “ploc”, e seu sentimento é o de um prazer indescritível.
Clarice Lispector não foi uma menina que roubava livros, mas ela os amava de uma maneira que as pessoas hoje não têm como entender. Certa vez, conseguiu emprestado um livro de Monteiro Lobato chamado “As reinações de Narizinho”. Ela, ao invés de começar a ler avidamente, fez exatamente como você com o sorvete ou com as jabuticabas de dona Leíla. Ela abraçava o livro, lia, aleatoriamente, algumas frases, morria de ansiedade de perdê-lo. Resumindo, estas foram as suas palavras:
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
Todos estes exemplos mostram que a felicidade acontece em determinados momentos da vida, com esses momentos nem sempre estando nos finais da história.
Acredito que nossa existência teria outro sentido e seria mais agradável se a cronologia ficasse a critério de cada um, segundo as próprias conveniências. Assim, pode ser que alguém prefira essa ordem que está aí, com o momento mais significativo sendo o da velhice e a consequente morte.
Pode ser que outro alguém queira nascer velho, liquidando de vez aquelas jabuticabas pequeninas e azedas, aquelas múltiplas e infindáveis dores que atacam seu corpo.
Quem sabe, haja alguém que prefira ter como momento final o de seu nascimento. Não quero dizer com isso que o indivíduo em questão nasce e morre logo; ele pode começar, por exemplo, na fase adulta; depois, passa para a infância e a velhice, terminando seus dias no nascimento. O importante é que a pessoa possa escolher aquele melhor momento de sua vida como sendo o derradeiro.
Millôr Fernandes já dizia algo a respeito:
Com precoce sabedoria jamais comemorei meus aniversários em ordem cronológica, porque percebi que assim não envelhecia cronologicamente. Fiz 30 anos aos 28, 34 aos 42 e 53 aos 49. Com isso pulei tranquilamente algumas efemérides deixando-as para quando fossem mais convenientes. Este ano estou comemorando 22 anos, dos quais, aliás, tinha me esquecido completamente.
Como podem ver, não estou criando algo de novo ao fazer estas considerações.
O que queria mesmo é que a vida imitasse aqueles filmes de antigamente, quando o FIM era estampado na tela com o herói e a mocinha se beijando apaixonadamente. Mascando chicletes, a gente saía do cinema como que caminhando nas nuvens. Era desta maneira que todos deveriam partir das próprias vidas. Chegando do outro lado, e havendo um outro lado, quando alguém nos perguntasse se valeu a pena viver, a nossa resposta seria um “sim” entusiasmado, nunca um “não” de quem comeu e não gostou. Além disso, é sempre bom fazer valer o ditado de que “a última impressão é a que vem no final”.
Etelvaldo Vieira de Melo

TÂNATOS E EROS

Imagem: www.goldenline.pl

Nênia, 93
perdeu ontem a filha
Eros, 42.
Foi de repente, no entanto,
a família está lá embaixo,
no andar térreo,
se alegrando e comendo
como sempre faz,
nas boas e más horas.

Os mesmos que estavam
velando a bela,
no cemitério,
se reúnem agora, no dois de novembro
para festejar a vida.

Daqui de cima
ouvem-se as histórias
que os filhos contam
à boa velhinha.
Talheres batem nos pratos,
cadeiras dançam na área.
São todos um só corpo
em torno da mãe,
avó, bisavó da carochinha.

A morte ficou longe,
nas terras do Bonfim.
Ninguém a trouxe
na roupa ou nos pés.

Eros dorme
profundamente
enquanto dona Nênia
ri do mistério

que já não há.

QUANDO RATOS ABANDONAM O NAVIO

“Dando nomes aos bois”, ou seja, definindo os personagens desta trama, para que as devidas responsabilidades lhes sejam imputadas, declaro – para fins de direito, de culpa ou desculpa, qual seja o caso – que meu nome é Simplício da Simplicidade Simples, sendo eu, em termos, o responsável pelas delações gratuitas enumeradas a seguir.
Um dos valores que mais prezo nas pessoas é o da coerência, se bem que, no fundo, o indivíduo incoerente não deixa de ser coerente: ele é coerente na sua incoerência. Entretanto, espero que fique entendido como coerente aquela pessoa que é fiel aos seus princípios, que não muda sua palavra ao sabor dos ventos, como se fosse uma folha de bananeira.
Esses dias, assistindo a uma entrevista pela TV, pude observar como é verdadeira a descoberta que fiz recentemente: nada é mais incoerente do que o passado. Não deveria ser assim, já que o passado passou e está acabado. Não obstante (para não repetir o entretanto lá de cima), as pessoas manipulam o passado de acordo com os interesses do momento, e ele, o passado, passa a “dançar conforme a música”. Comparando duas figuras políticas antagônicas (F x L), um repórter reconhecia que o conceito de um estava lá em cima, enquanto o do outro estava lá embaixo. Aventou ele a hipótese de que, num futuro, numa balança imaginária de créditos, um historiador os venha colocar no mesmo nível.
Para mim, assim não dá, pois, comigo, as coisas são oito ou oitenta. Sou um sujeito coerente, tão coerente que, desde que me entendo por gente, carrego um lenço no bolso traseiro esquerdo da calça e um pente no bolso traseiro direito (embora o pente quase não tenha mais serventia, pois já foi o tempo em que tinha os cabelos “unsdulados”). Esse pente era da marca “Flamengo”, fato que me levou a torcer para o time de mesmo nome. Enquanto era fabricado, valia para mim a máxima “uma vez Flamengo, sempre Flamengo”. Quando o pente saiu de circulação, deixei de torcer pelo time homônimo. Outra coisa que abandonei de vez foi o hábito de carregar no bolso dianteiro da calça um espelho, daqueles ovais e que mostram a figura de uma mulher (geralmente pelada). Fiz isso porque não tinha mais sentido, a não ser o fato de provocar lágrimas, ao invés de orgulho, toda vez em que me aventurava a mirá-lo (o espelho, não a mulher).
Meu grau de coerência é tanto, que não me importo em passar por ridículo. “Sou o que sou” – como haveria de dizer aquele famoso rabino, que chegou a ser preso nos Estados Unidos por surrupiar mercadorias em loja de departamento.
Estou dizendo tudo isto porque sinto que fiquei ausente dos acontecimentos do Brasil e do mundo, e agora sou surpreendido pelas posturas de certos órgãos da imprensa. Até alguns anos atrás, endeusavam determinados políticos que, agora, são execrados. Será que percebo tamanha incoerência por não tê-los acompanhado durante certo tempo? Ou será que o errado sou eu, que perdi o trem da História?
Existe um ditado que carrega um grande peso de verdade: quando ele está afundando, os ratos são os primeiros a abandonar o navio.
Sinceramente, eu poderia esperar qualquer coisa dos políticos, já que sua classe, na maioria, é constituída de ratos, gatos (no sentido de gatunos), hienas, lobos, raposas, escorpiões, marimbondos de fogo, mosquitos aedes aegypti, cobras, lagartos e até cachorro zangado, mas não tinha essa parcela da mídia na conta de ratazanas.
Para aqueles que, como ratazanas, abandonam o barco do poder, vale aquela famosa frase do comandante da capitania dos Portos da Itália dirigida ao capitão Francesco Schetino: “Vada a bordo, cazzo!”, quando do naufrágio do navio Costa Concordia, em 2012. “Vada bordo” não como gesto de suicídio, mas de coerência. Afinal, não defendiam com “unhas e dentes” o outro lado? E, agora, por que mudaram? Quais são suas reais motivações? Quando o povo, em última instância, é acusado pelo clima de corrupção e de desmandos que assola o país, quero dizer que os culpados são outros, inclusive uma imprensa que só se deixa levar pelos seus interesses menores. Ao final, torna-se cada vez mais difícil uma educação para a cidadania neste país. 
Obs.: Autonomia, postura crítica, coerência, compromisso com a verdade dos fatos e (se possível) defesa do interesse coletivo: eis, para mim, o Simplício, os ingredientes básicos de uma boa imprensa. Estou sendo simplório?

Etelvaldo Vieira de Melo