FÁBULA NEBULOSA: QUANDO O RABO QUIS SER CABEÇA

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FÁBULA NEBULOSA 9: QUANDO O RABO QUIS SER CABEÇA

Certa vez, a cauda de uma cobra cismou que ela é quem deveria conduzir o ofídio, em vez de ser a cabeça. Ela se sentia cansada de ser jogada de cá para lá, sem poder decidir pra onde ir.  Às vezes, estava se deslocando tranquila em reta quando, num repente, era empurrada para a esquerda; em outras, fazia bonito uma curva à direita e, sem mais e sem menos, era puxada pro centro. – Assim não dá – ela pensou; já não aguento mais! – Os outros membros disseram que seu desejo era uma temeridade: por acaso tinha ela cabeça e olhos? tinha como se colocar á frente? Não houve meios de convencê-la, e o bom senso foi derrotado. Assim, assumiu a cauda o comando, passando a dirigir o corpo inteiro. Às cegas, foram trombando em tudo, até que acabaram caindo num precipício coberto de espinhos. A cobra foi toda ferida. Foi quando a cauda se dirigiu à cabeça, pedindo-lhe desculpas e suplicando para que salvasse a todos.

Moral: Assim acontece, quando pessoas inabilitadas e impróprias assumem o governo de um país. Por isso, as guerras e a pobreza, sem que as nações atinjam o desenvolvimento e o progresso para todos.

Etelvaldo Vieira de Melo 

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