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Prezado
leitor.
Estou
novamente publicando, no meu espaço, uma crônica do escritor e estudante de
Direito, Alfredo de Sales Barbosa. Achei-a importante para o momento em que vivemos.
O aluno do Braille revela seu lado crítico, ao comentar sobre a sociedade capitalista,
sugerindo formas de vivê-la em paz. Tenho a certeza de que você vai gostar do
tema.
A sociedade
moderna vive uma anomia, no tocante ao trabalho em suas diversas ramificações.
Com o advento do Capitalismo, a sociedade ficou mais suscetível aos “encantos”
desse sistema. Porém, o fato é que as pessoas estão ficando cada dia mais
fatigadas, cansadas. Além disso, doentes física e psicologicamente, em
decorrência do elevado tempo de labor, sem a devida observância da contemplação
interjornada, algo essencial à manutenção do próprio corpo como um todo.
É mister fazer uma breve abordagem acerca da
sociedade disciplinar preconizada por Foucault, que funcionava da seguinte
maneira, no que concerne aos modos subjetivos dos trabalhadores: metrô, labor e
cama. Já em meados do século XX, mais especificamente na gestação do período
pós-moderno, nasce concomitantemente ao processo, a filosofia neoliberal, que
marca a transição da sociedade disciplinar para a de controle.
Esse paradigma
registra um novo começo de era. Em se tratando dos modos subjetivos, nesse
período permaneceram o metrô e o trabalho, porque a cama foi trocada por estudo
de geologia em campos santos.
Existe hoje uma preocupação da Psicologia em
obter resultados significativos, no tocante à Patologia Laboral, a fim de
reduzir o número de suicídios, advindos das excessivas horas a que os
indivíduos são submetidos na intrajornada.
Outro aspecto
importante a ser enfatizado é a depressão que, segundo especialistas da área, é
uma patologia de ponta nessa seara, a qual está sendo aqui abordada.
O assunto é denso, tenso e delicado,
portanto, não se esgota com o exposto. Sem o intuito de editar medidas a serem
adotadas, como forma de solução para o problema, sugiro-lhe uma reflexão
consciente acerca do trabalho no sistema capitalista e seus desdobramentos,
para que em meio à luta dos contrários, você possa viver e não somente existir.
Alfredo de
Sales Barbosa
13 comentários:
Parabéns.
O texto é muito propício para uma reflexão acerca do período em que vivemos.
Excelente texto. Muito sensato da parte do autor e boas colocações. Leitura direta e carregada de uma boa dose de conteúdo técnico. Parabéns Alfredo.
Ernane Dias
Como sempre Alfredo vc foi intenso e nos obriga a refletir mais profundamente sobre a situação atual...
Belo texto Alfredo de Sales...Parabéns! Uma ótima reflexão para os dias de hoje onde o ser humano realmente tem se esquecido a que veio e qual o verdadeiro sentido da vida e do seu próprio existir.
Grande pessoa, excelente texto! Sucesso Alfredo! Beijos. Ranata
Alfredo, muito oportuno o seu artigo pela clareza e porque você consegue mostrar o aumento progresivo da exploração do trabalhador. Todos nós lamentamos vendo aqueles e aquelas que contribuem para produzir nossos bens e recursos, serem cada vez mais explorados e exploradas. Neste seu artigo você consegue explicitar isso muito bem. Continue escrevendo neste sentido. Sugiro a todos seus leitores e leitoras que sigam seu conselho: "viver" e contribuir para que todas e todos tenham uma vida plena e feliz. Aquele abraço fraterno. Prado
Houve seis postagens no blog desta semana, mas não conseguimos identificar os remetentes.
Parabéns ao Alfredo, bem isso que ocorre em nossas vidas, como é o sistema que dita nosso cotidiano, segue o baile
Infelizmente não consegui identificar os remetentes das mensagens.
Não deu.
Uma sociedade onde pensar é exceção,mesmo sendo de graça!
Ótima abordagem sobre o assunto. Texto enriquecedor!!
Jéssica Maria
Um texto importante...diria mais: NECESSÁRIO! do meu amigo Alfredo. Como sempre agudo, sucinto, dando seu recado.
Linguagem e conteúdo próprios de quem tem uma VISÃO focada no essencial da vida e de uma vida plena de dignidade.
Realmente amigo, estamos colhendo todos os dias, em nosso corpo social, os frutos amargos desse processo de coisificação do ser humano patrocinado por um sistema desumano, que apesar de "prever" suas contradições e seus escândalos, mesmo assim, está fadado a levar o corpo social ao colapso, uma vez que vai paulatinamente construindo e ampliando uma "bomba relógio" que mais dias, menos dias acaba explodindo aqui e acolá ou quem sabe, tragicamente, nos traga mais cedo do que imaginamos, o caos de uma grande "explosão", gerando a implosão das bases da sociedade ou das sociedades atuais.
Isso não quero que soe como pessimismo. Entendo que vivemos num continuo processo de desconstrução e reconstrução. Quem sabe, nossa geração que geme e chora como que em trabalho de parto, possa gerar uma humanidade nova, com relações novas, com critérios e paradigmas novos, mas ao mesmo tempo tão antigos, transmitidos pela sabedoria dos anos?
Seres humanos: essa é a nossa vocação!
Sermos humanos!
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