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Era uma vez quatro
amigos. Três deles haviam se tornado eruditos, tanto tinham estudado; o quarto não
gostava de estudo, era tido pelos demais como bocó, mas dispunha de bom senso,
coisa que os outros não tinham.
Andavam, certo dia,
pela floresta, quando avistaram os restos mortais de um leão. Um dos eruditos,
o mais velho, disse:
- Vamos testar nossos
conhecimentos, trazendo esta criatura de volta à vida. Sou capaz de unir os
ossos e reconstituir de novo seu esqueleto.
E assim ele fez com
perfeição.
O segundo, mostrando
aptidões invulgares, acrescentou carne, couro e sangue ao animal.
Quando o terceiro
erudito ia insuflar-lhe o sopro da vida, o bocó o interrompeu, dizendo:
- Tenham cuidado,
amigos, pois estão fazendo um leão e, se tudo der certo, ele pode comer a
gente.
No entanto, ninguém
levou a sério sua ponderação. O insuflador chegou a falar, indignado:
- Como se atreve a
questionar meu saber, seu bocó?
- Está bem – falou
este. – Mas, então, espere um pouco para que eu suba nesta árvore.
Assim, o leão reviveu
e, no mesmo instante, atacou e matou seus criadores. Só mais tarde, o bocó
desceu da árvore e, guiado pelo seu bom senso, tomou o rumo de casa.
Leitura: Esta
fábula vem mostrar que sabedoria não se confunde com erudição: muitos bocós
podem ser sábios, enquanto muitos eruditos não passam de ignorantes.
Esta fábula também me
faz lembrar juízes de primeira, segunda, terceira e não sei quantas mais
instâncias, além daqueles outros que tomam assento no TSE e no STF aqui no
Brasil. Inventam de brincar com as leis e com a Constituição e se esquecem de
que podem estar fabricando MONSTROS.
Adaptado de “Contos
Orientais”, de Leonardo Fróes, Editora Rocco.
Etelvaldo Vieira de Melo
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