O LIVRO ENLUARADO


 Li o livro As fases da Lua, Editora Miguilim, comprado por papai na Livraria da Rua.  Ele é muito engraçado, porque Cíntia doida conversa com os amigos astros sobre suas fases apertadas na vida.

Algumas vezes, está largada do serviço de casa. Come, come, come, engorda, engorda. Fica Cheia, bochechuda, feia, a Diana, e abre o bué, pois o povão da Terra enche demais e a mais o saco de pesquisa global. Um sujeito chamado Eça (essa é muito boa!) danou-se ao cortejá-la:
“(...) poucas luas tinham   passado, quando...”.
Maria Lua nem ligou.
Então, o Livro do Queirós entristeceu, enrugou, perdeu as folhas, sem princípio nem meio. Só ficou o amargurado título Últimas Páginas. Uai, fai! - um engano plural. Por que eu citei uma única página 269?
Talvez o expliquem Viagem ao redor da lua/ Da terra à lua (Júlio Verne), O fogo sagrado (Michael Collins, O que o espaço me ensinou sobre talento, determinação e desafios (Chris Hadfields).
Bobagem! O filme Uma viagem à lua (George Mélies) mostra cenas reais de sexo orbital, colega. Preste atenção no que está lendo! Artêmis tem luneta eletrônica pra notas baixas. 
Ajude-me   no voo, abaixo o videogame.  Acelere o controle da nave, continue a digitar.
Certo. Enfim, a vaidosa resolve operar a barriga, os mamá, a cabeça... e o quê?
(Google, Google! Cientistas e grandes computadores em 2014 acharam-na jovem, jovem: pode ter-se formado cerca de 95 milhões de anos depois do sistema solar, cerca de 70 milhões de anos mais tarde do que previam. Hoje, calcula-se a idade da criança em cerca de 4,47 bilhões de anos.).
Cirurgia plástica, botox, preenchimento, botulimiques, olha a lelé da cuca Nova em folha. Convencida, coquete, chicrete, a top model vaga, lume, lumivaga sem topar infinitos.
Vaivém desfilando na passarela celeste maquiada que nem palhaço do Circo Ovo. Se alguém passa e a/mola - um elefante amola muita gente, dois elefantes
amolam amolam muito mais -, bufa, estufa, e sapeca poeira cósmica no aéreo caos:
- Viu, pedra de pia? Eu já sou Crescente. Nesses nanoscópios, você vê um quarto de mim, mas o que vem de baixo não me atinge. Nem mesmo formigueiro da NASA!
Piorando a situação, lá vem o povo poeta porreta chaleirando esta xodó charmosa xamã. Loucos varridos pro lixo. Xô!
Lua de São Jorge (Caetano), Para ir à lua (C. Meireles), O poeta e a lua (Vinicius), À luz da lua (A.Nobre), O luar quando bate na relva (A. Caeiro/ F. Pessoa), Lua nova (M. de Assis), Noite luarenta (Antônio Gancho). Lua Branca (Chiquinha Gonzaga) com cedilha ao som do pagode no videogame.
Just dance/ Just dance. São 29,5 dias menstruada. Quem aguenta noivar assim?
“O sol pediu a lua em casamento.” – opina o cantor/compositor Arnaldo Antunes.
Mas o astro rei, com todos os seus planetas, cometas, asteroides, Terra, Marte, Vênus, Netunos e Uranos, foi se apaixonar justo por ela, que o despreza e o deixa esperar a novela alunissou – cara, mó lua de 40 graus! – Lucina alucinada em Luanda. Miriveja, Luan. No Mês Lunar, a danada pira de vez. É o período Sideral porque a safadinha fica ´siderada´ da silva em cima da motoca. Começa a rodar em volta de si mesma loucamente até não dar pé. Ainda bem que nega maluca roda, roda, e rodando fica tonta feito gambá. Aí, não tem jeito.
Desmaia no vigésimo terceiro dia pra tristeza de quem vinha gingando e bebendo
cachaça por ela em Marte, Vênus, Saturno.
Ah, ah, ah. Que notícia no Jornal! Motoqueiro aluado devora aluá e viola.
Viola em frente à lua (Teodoro e Sampaio), Viola de lua
(Luciano Queiroz, Lua (Paulinho da viola), Minas da lua
(Pereira da viola).
Serenata x Poema em Lua de mel
Cecília Meireles: Tenho fases, como a lua. / Fases de andar escondida/ Fases de vir para a rua. / Perdição da minha vida! / Perdição da vida minha! / Tenho fases de ser tua, / tenho outras de andar sozinha.
Antônio Nobre: A Lua-a-Branca, que é tua avozinha/ (...)/ E dava-te um aspecto de velhinha.
Alberto Caeiro (F. Pessoa): O luar quando bate na relva/ Não sei que cousa me lembra. / Lembra-me a voz da criada velha/ contando-me histórias de fadas.
Antônio L. Vieira: Leve, leve, o luar de neve/ goteja em perlas leitosas/ o luar de neve e tão leve/ que ameiga o seio das rosas.
João de Deus: Oh doce luz! / Oh lua! / Que luz suave a tua, / E como se insinua/ Em alma que fluctua/ De engano em desengano!
Antônio Gancho: Noite luarenta/ noite a luarar/ Noite tão sangrenta/ Noite a dar a dar/ Na chaminé das planícies (...).
José S. Naud: Fruto de solidão/ preso à fronde do vento, / lua, tu nos dás/ a medida do eterno.
Manuel Bandeira: Não pensem que estou aguardando a lua cheia/ - esse sol da demência vaga e noctâmbula. / O que mais quero, / o de que mais preciso / é de lua nova.
The End. Sossega o Latim.
Eu queria te dar a lua, porém pintada de verde-amarelo.
O livro novo da Miguilim lançou a pelota. 7x1.  Zagueirei, chutando de pé alto. Meio de campo, mandei a ‘sôra de Geografia e o conceito Excelente pro meio da rede. Goool!
Não sou bobo, luau. Perdeu por zero, babau.
Graça Rios

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, Maria, que tece cantares com tanta Graça! Fadinha, que tudo ilumina com seu condão de delicadeza e ternura! Continue a brilhar, pra iluminar nossas noites. E dias! Bj.

Unknown disse...

Parabéns, muito bom!

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