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Musa do
sofrimento amoroso de um Horror Monster, dispus-me a velejar nestas paragens:
Camões:
Vede / em que inseguras seguranças / me asseguro.
Pessoa:
Navegar é preciso. / Viver não é preciso.
Preciso,
aí, significa ´certo, sem dúvida, inconteste'.
Navegar,
portanto, constitui-se sinônimo de ´entrar com certeza pelo mar adentro, à
mercê dos tubarões´. É um formidável afundar sob a tribulação das águas. É um desesperar-se
no turbilhão oceânico, sem bússola orientadora.
Não é
preciso quer dizer ´vacilante, perigoso, tenebroso, confuso, impreciso´.
Logo, Viver
torvelinha para o abismo. Não há dúvida, é notável! que as angústias e os
sobressaltos estão ao redor. De forma imprecisa, o mundo encara o homem e diz,
esfinge a Édipo:
-Decifra-me,
ou te devoro.
Esvai-se a colorida
ficção. Dispara a realidade em preto e branco, fissurando o enigma. Onde, a
resposta? O que caminha sobre um pé, depois três, depois dois? Seremos, agora,
iguaria de fantasma?
Cabe ao H.
Sapiens, mais sapo do que h. sábio, escolher/não escolher o tudo/nada.
Permanecer nos estilhaços da viagem marítima, navegando, nadando, mergulhando,
sem vistas/com vistas à salvação.
Tipos de
salvação: a.? b.? c. ? ... e mais e
mais...
Mas como
pode (a quem seja) causar o seu favor/ Se tão contrário a si é o próprio amor?
Musa do
sofrimento amoroso de um Horror Monster, dispus-me a penetrar surdamente nos
sargaços deste artigo.
Graça Rios
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