Meu pai,
staccato no Partenon
(do grego, ‘quarto de mulher virgem solteira’)
tomava a cítara indiana,
tateando pele-pele as cordas de acompanhamento.
Deitava-a, nua deusa, em almofada acetinada:
preparo de festival Delia amplificado.
Gesta mão virtuose corria a cravelha de afinação,
abria a boca de ressonância. Provava-lhes a carne.
Beijava sua fabril febril face.
Elevava, após, o magro mago corpo da caixa
de ressonância, ajustando nela tal volúvel corpo
de Vênus.
Ávaro abraço enlaçava aço fácil a cabeça
glamourosa d’amour.
Oh, meu mel fel.
2
Sobre o braço decorativo da mesa de jantar,
inclina-se hora agora
O Pai.
Asma fantasma!
Dedo médio unha munha cinco cerdas melódicas
zangadas.
Após quatro pausas, rasa asa pousa revel
num dó Maior.
Só o olho - corvo - pranteia
arqueia-me em fátuo lá:
- Ai, Ceres louçã
ilha filha da lira,
se eu pudesse...
Poderia?
Graça Rios
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