Em pretéritos mais que perfeitos, tive
um colega de escola e de trabalho, Dalírio, do qual guardo agradáveis e
afetivas lembranças. Por aquelas contingências da vida, esse colega e amigo
partiu dessa muito cedo.
Entre as lembranças que sobrevoam minha
imaginação, está aquela expressão que ele aprendeu nas aulas que
frequentávamos. Tratava-se de uma palavrinha pequenininha pela qual foi tomado
de amores: dicotomia. Assim que ouviu tal palavra, passou a empregá-la e torto
e a direito, por qualquer pretexto. Assim que abria a boca para falar qualquer
coisa, lá vinha ela, toda cheia de si:
- Por uma questão de dicotomia, não
podemos falar desta maneira – dizia, tomado de orgulho.
E assim ia o Dalírio, gastando o
português com seu vocabulário chique.
A lembrança desse amigo me ocorreu
sobremaneira na época da campanha eleitoral, quando dos debates televisivos. A
partir de um deles, surgiu um personagem que se intitulava padre, Padre Kelmon,
e que tinha o propósito de alavancar um dos candidatos. Frente aos demais, seu
repertório se resumia a declarar:
- Isso que você está dizendo é um
sofisma, uma falácia.
Era alguém declarar um “A”, para o Kelmon
retrucar:
- Está sofismando!
Parece que o sujeito se apaixonou pela
expressão, sem saber seu real significado. Para ele, sofisma significava
mentira, quando, na verdade, quer dizer erro de raciocínio em argumentos, notadamente os chamados silogismos.
Dalírio e Kelmon, autodenominado padre,
aparecem como preâmbulos para algo que o amigo Dimas me encaminhou através do
Whatsapp: dois exercícios de raciocínio. O propósito, segundo o Dimas, é
exercitar o raciocínio, ativar os neurônios. Ele não disse, mas entendi que
estou chegando a um ponto em que os reflexos estão tomados de uma lerdeza além
do normal, com os neurônios desgastados e custando muito para fazer suas
conexões.
A seguir, irei transcrever os dois
exercícios. Quem fizer e quiser, poderá anotar suas respostas na parte dos
comentários (sem sofismas, sem direito a dicotomias e "achismos" - tendo, pois, que provar suas conclusões). Para as duas melhores
respostas, prometo uma caixa de bombom.
PS: Caso alguém sinta que todos os seus
neurônios foram queimados, por favor, não venha reclamar comigo. O responsável
por tudo é o Dimas, Dimas Felipe de Miranda.
EXERCÍCIO 1
Dois mecânicos, Thiago e Michel,
trabalham em uma oficina.
Só um deles folga às 4a feiras; o outro,
não.
Eu tenho 2 tios. Um só fala mentira; um,
só a verdade.
Ao perguntar qual mecânico folga às 4a
feiras, um dos meus tios me falou: "se seu outro tio estivesse aqui, diria
que é o Thiago".
Então, às 4a feiras, eu devo encontrar
Thiago ou Michel nesta oficina?
EXERCÍCIO 2
(SAMIDFM48 elaborou em
04/12/2022)
Há 3 modelos de camisas, de cores
diferentes: a preta, a azul e a amarela, feitos para uma seleção de futebol de
um país.
Cada um dos torcedores, X, Y, Z, será
contemplado, por sorteio, com uma dessas camisas.
Suponha que um é sorteado com a camisa
preta, um com a azul e outro com a
amarela, não nessa ordem, necessariamente.
Sabendo-se que só uma das afirmativas
abaixo é verdadeira:
a) Y não ganhou a preta
b) X ganhou a preta
c) Z não ganhou a amarela
Pergunta-se: Caso você fosse o torcedor
Z; seu amigo, o X; e seu primo, o Y, quais as cores das camisas que cada um
teria recebido?
Etelvaldo Vieira de
Melo
1 comentários:
Exercício1 : Thiago, pois o tio falou mentira, dizendo que é o Thiago que folga, mas na verdade quem folga é o Michel. E se o Michel vai folgar, quem vai trabalhar neste dia é o Thiago.
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