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Assim mesmo, rebaixada,
a terra,
entretanto, si muove
cumprindo o seu destino
de chegar a algum lugar.
É uma Pátria conspurcada
pelos mandatários capangas,
sempre vencedores
sobre os estilhaços
dos pobres homens vencidos.
Eis um Brasil caprichoso,
cheio de ouro por baixo
cheio de miséria por cima.
Desde o descobrimento
(nos alerta o Boca do Inferno)
os mendigos e trabalhadores
caem
pela minas e sarjetas
de Villa Rica ou Brasília.
Os mascates levam escravos.
A agonia do povo
e a morte dos conquistados
continuam
a ver Chico Mendes
na
luta fausta e inglória
pela
Amazônia sem lei.
Há
tanto para dizer
do
silêncio dos sentenciados
e
das provas que ainda resistem!
Dói
na alma a inversão dos valores
a
confissão dos ignorantes
de
que o dinheiro é maior do que os livros.
Afinal,
para que ler livros,
sonhar
com o futuro do solo,
se
não há país nenhum?
E
as crianças que vão nascer?
E
os jovens que vão crescer?
O
nascituro
já
traz o codicilo
Impresso
na cabeça.
Assim
mesmo, rebaixada,
(E
daí? E daí?)
a
gente sangra em frente,
com
as incertezas de sempre
com
a pedra no meio do caminho.
Quem
sabe o Rei David
esteja
surgindo de novo?
Quem
sabe a claridade
vai
raiar de uma menina?
O
presente será passado
a
limpo, em 2050.
Os
perseguidos perseguirão
os
políticos da Nação.
Neste
momento de agrura,
é
de uma grande e inconteste
senhora
(r)evolução.
2 comentários:
Muito bom.
Muito bom.
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