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“Meu pai me penteou /o jardineiro me enterrou /debaixo da figueira /a mando da madrasta / que aqui me deixou” ( cantiga de história popular)


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Imagem: lenildosolano.blogspot.com
Eu tive cinco anos
que o padrasto roubou.
Meus pulmões cheios de terra
a polícia encontrou.

Eu tinha cinco anos
por Ana Clara respondia.
Sete vidas eu tivesse
o padrasto tiraria.

Minha mãe ainda me nina
no berço onde me criou.
O padrasto teceu-me a sina
com terra, esse cobertor.

Ana Clara – repete triste –
a mãe que em carne tornou
a menina enterrada  viva
pelo padrasto feitor
Ana Clara, de Carmo da Mata - MG, minha cidade natal,
foi enterrada viva pelo padrasto, em novembro de 2016.

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