Imagem: desenhos-dos-utentes-colorir-com |
Solicitei à Roseli que
trouxesse a filha para brincar. Cometi de novo a impertinência de
interrogar-lhe sobre a vestimenta mais formosa do mundo.
Silêncio!
Ao final do serviço, a
mãe segredou-me:
-Ela não perde as
pequenas bailarinas na tevê.
Entendi o enunciado
sob a enunciação. Pensei logo em minha neta ausente.
- Ah, ah! Ei-las aqui.
Havia ainda um par de sapatilhas
perdido entre os cobertores. Tomei-o e segui até a Savassi. Voltei com o collant,
a meia, o tutu.
-Bom dia, senhora.
Dormiu bem?
(O Papai Noel oculto rindo,
rindo. Oh, Oh, Oh!)
- Entregue isto à
Isadora, por favor.
Lili partiu. Toquei a
Quinta Sinfonia no órgão, estudei Inglês, visitei Haydée. Tempo bastante para o
longo regresso materno a casa. Às vinte horas, abri o celular. Cliquei num
recado. Então, vi vivamente visto o lume vivo. Dora revelava-se em três fotos,
posando depezinha no calçado direito de seda. Os olhinhos buscavam a luz,
lembrando Marie van Goethem no estúdio de Edgar Degas. Usava as fitas impressionistas
pintadas na filha da lavadeira e do alfaiate pobres no ano de 1870. Conquistava
com um adagio o Corpo de Ballet da Opera de Paris.
- Muito obrigada, dona
Graça.
- Obrigada a ti, dourada
personagem: Cisne no lago deste dorido coração.
Graça Rios
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