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Para Silvana, que cultiva
o saudável hábito de se indignar.
Em entrevista para programa de TV, o deputado federal e presidente da
Câmara Rodrigo Maia disse que não vê problema em se aumentar o tempo de
contribuição para efeito de aposentadoria. Disse sua Excrescência,
textualmente:
-Todos nós temos uma expectativa
de vida maior. Quando a gente chega aos 60 anos, ela aumenta mais ainda. Nós
temos que entender que trabalhar até os 62 anos, sem transição, não é problema
nenhum. Todo mundo consegue trabalhar hoje até os 80 anos, 75 anos...
Perguntei ao Eleutério o que pensa dessa fala de sua Proeminência, se
não está exagerando, faltando com compaixão para com os pobres trabalhadores do
país. Eleutério disse que concorda com sua Insuficiência em alguns pontos. Por
exemplo, agora que ultrapassou a casa dos 70 anos, ele sonha em chegar aos 100.
Quanto à ideia de se trabalhar até os 75, 80 anos, considera que é preciso,
primeiro, saber dos empregadores se estão de acordo em dar trabalho, por
exemplo, para um pedreiro na faixa dos 80 anos. Por fim, ele disse que é
preciso se levar em conta que sua Improcedência faz uma consideração do ponto
de vista de um político. E político, a gente sabe, não trabalha, só finge que trabalha, no dizer de Paulo
Maluf.
Não existe coisa mais chata do que alguém querer ou aparecer como dono
da Verdade. Por isso, pra não cair na chatice, vou considerar outra explicação
para esse comportamento estranho de sua Impertinência, o nobre deputado.
Se ele não quer ferrar o trabalhador, por que não considerar que seja
por ter uma visão idealista, marxista (epa!) do trabalho? Afinal, ele não sabe
o que é isso, trabalhar, só tem uma noção teórica do que seja! E, na sua visão,
pode ser que o trabalho seja a afirmação máxima do indivíduo, meio pelo qual
ele se apropria dos bens da natureza, a transforma ao mesmo tempo que
transforma a si mesmo. Tal visão não deve ser confundida com o trabalho no
sistema capitalista, onde é mais uma maldição do que uma bênção, é alienado,
com o trabalhador vendendo sua força de trabalho, tem sua individualidade
destruída, é convertido em coisa e se torna escravo de coisas. No sistema
capitalista, o trabalhador só se sente bem quando de folga (e quando aposenta).
Está vendo? Pode estar aí a explicação porque sua Turbulência quer ver
outras pessoas trabalhando até os 80, 90 anos. Pode ser que, por causa de sua
visão idealista, marxista, ele seja sincero, que esteja querendo a felicidade
do trabalhador assalariado!
Já observei que Rodrigo Maia cultiva o cacoete de ficar inchando a
bochecha. Como ele está cada vez mais gordinho, a bochecha, como uma bola, está
cada vez maior. Estou vendo a hora em que, se não tomar cuidado, vai explodir
ou voar feito balão. Esse hábito de ficar enchendo a boca deve ser por causa do
stress quando, no toma-lá-dá-cá do Congresso, para aprovar alguma coisa, vê que
os deputados mais querem tomar do que dar.
Tomei conhecimento dessa declaração do Rodrigo sobre o trabalho num
desses grupos de rede social. A amiga que postou o vídeo também deixou este
comentário:
- Esse cara é muito cretino, isso
sim. Dá vontade de mandar ele...
Ao que respondi, logo depois:
-Por mim, pode mandar.
Como este texto é dirigido a um público diversificado, pode ser que
exista alguém já contaminado pelas falas daquele astrólogo, guru dos
bolsominions, que demonstra uma fixação doentia com c*. Então, preciso dizer
que, em momento algum pensamos, a amiga e eu, mandar ele (sua Inadimplência, o
nobre deputado) tomar no c*. O máximo
que passou pelas nossas inocentes cabeças foi: - Dá vontade de mandar ele... chupar laranja!
O título do texto (“Botafogo Joga
Contra Operário”) é uma referência ao Departamento da Propina da Odebrecht.
Sabemos que, nas planilhas da empresa, os políticos agraciados com propinas são
identificados através de apelidos. Assim, temos o “Fodinha”, o “Maçaranduba” e
o “Garanhão”, entre centenas (2000!) de outros. “Botafogo” era o codinome tanto
de Rodrigo como de seu pai, César Maia, porque a política no Brasil, a gente sabe,
é um sistema de capitania hereditária, passa de pai para filho(s).
Etelvaldo Vieira de Melo
2 comentários:
Então, como não indignar!?
Indignação... Estão botando fogo na nossa cidadania!!!
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