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O presente texto não atende plenamente aos cuidados que cobro de meus
escritos: 1) que sejam bem redigidos; 2) sejam de leitura fácil e agradável; 3)
tenham conteúdo; 4) que sejam leves e bem-humorados. Por causa do seu tema
venenoso, estará faltando o tempero do bom humor.
Tudo começou quando, feito cachorro vira-lata em busca de osso, eu
estava rolando os portais de notícias da Internet em busca de algo interessante.
O que será descrito a seguir será um extrato do que li nos canais Deutsche
Welle e UOL Notícias, do dia 15/04/2019.
Segundo o jornal alemão, o Ministério da Agricultura brasileiro libera
mais 31 agrotóxicos, 16 considerados extremamente tóxicos pela ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Em 100 dias de governo Bolsonaro, o
ministério já deferiu o registro de 152 agrotóxicos. Para a ministra da pasta,
Teresa Cristina, agrotóxico é “remédio para as plantas”. Segundo ela, a
intoxicação se dá em pequenos agricultores, com o uso incorreto de pesticidas.
Para a “Musa do Veneno”, apelido que recebeu quando deputada federal, os
processos demorados para aprovação de ‘defensivos agrícolas’ atrasam o
agronegócio. Ou seja, em palavras nuas e cruas: é preciso liberar os
agrotóxicos primeiro para ver o que acontece depois; daí, vamos ver: se matarem
ou produzirem sequelas, poderão se revogados (aí, sim, após demorados processos
de investigação, com direito a julgamentos em instâncias superiores, cabendo até
mesmo recurso de foro privilegiado).
Segundo a Associação Brasileira da Saúde Coletiva, o Brasil é o maior
mercado de agrotóxicos do mundo. Nossas autoridades podem comemorar esse
honroso título. Entre os produtos mais vendidos estão agrotóxicos proibidos na
União Europeia, devido à alta toxidade, como o herbicida PARAQUAT e o
inseticida ACEFATO. Já o GLIFOSATO, apontado como causador de câncer em julgamento
na Califórnia, segue permitido no Brasil.
No portal UOL Notícias: levantamento (elaborado por Repórter Brasil,
Agência Pública e organização suíça Public Eye, com base em dados do Ministério
da Saúde) aponta que cada 1 a cada 4 cidades brasileiras tem água contaminada
por 27 tipos de agrotóxicos. No período de 2014 a 2017, as empresas de
abastecimento de 1.369 municípios detectaram TODOS os 27 pesticidas que são
obrigadas por lei a testar. Desses, 16 são classificados pela ANVISA como
extremamente ou altamente tóxicos e 11 são associados ao desenvolvimento de
doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e
reprodutivas.
(Estou vendo que terei continuar invejando o que assisto nos filmes
americanos, pessoas bebendo água diretamente das torneiras.)
Os dados apresentados no levantamento só não são mais alarmantes porque,
dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 (53%) não realizaram testes nas suas
redes de abastecimento entre 2014 e 2017.
Tempos atrás era corrente o ditado que dizia: “O que é bom para os
Estados Unidos também é bom para o Brasil”. Nessa questão de herbicida,
fungicida e inseticida, devíamos ficar com esta proposição: O que é bom para a
União Europeia e para os Estados Unidos também é bom para o Brasil (o Paraquat,
por exemplo, é proibido em seu país de origem, a Inglaterra, e até na China,
maior produtor mundial do produto).
Diante do que foi exposto, você poderá perguntar: - E daí? O que está
querendo com essa lamentação toda? Quer fazer terrorismo, criando um alarme
inconsequente?
Não é bem assim. Você precisa saber: quando li estas notícias, me senti
como um policial que, tomado por um sentimento de intensa emoção, sai
disparando tiros. Assim estou, atirando estas palavras depois de ler o que eu
li. Uma parte dos tiros, no formato de e-mail, vai para os políticos em quem
votei nas eleições passadas.
Exmo. Sr. (Vereador/Deputado/Senador):
Causa indignação a maneira irresponsável como a saúde pública
é tratada em nosso país, com a liberação indiscriminada de pesticidas, muitos
deles comprovadamente nocivos e proibidos em outros países.
Sendo assim, venho, muito respeitosamente, cobrar de vossa
excelência um posicionamento firme diante de todos os desmandos que atentam
contra a saúde do povo brasileiro, fazendo valer seu poder e força política, notadamente
nessa questão dos agrotóxicos.
Esperando receber notificações de seu gabinete.
Atenciosamente, seu eleitor.
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(Nome / Número Título Eleitor)
Que tal, Leiturino? Concorda com este tipo de providência? A petição
está escrita em termos claros e precisos? Tem alguma outra sugestão?
Finalizando, só mais uma citação da Ministra da Agricultura, Teresa
Veneno Cristina. Em audiência na Câmara dos Deputados, ela afirmou que os
brasileiros “não passam fome porque temos
manga nas nossas cidades”. Vivendo e aprendendo, está aí uma coisa que eu
não sabia. Este governo está se revelando deveras frutífero: antes, tivemos a
projeção da goiaba; agora, é a vez da manga. Daqui a pouco, teremos o abacaxi,
se já não o temos.
Etelvaldo Vieira de Melo
2 comentários:
Nossa!!!
Haja abacaxi!
Onde vamos para?
Que tristeza este descaso com a nossa saúde..Precisamos de fato demonstrar essa insatisfação para os políticos e a petição é uma opção..
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