OTIMISMO, COM MODERAÇÃO

Imagem: O Jogo de Geri

Como disse alguém, que não sei quem: No Brasil, não precisa ser nenhum Newton pra entender a gravidade da situação. Se não, vejamos:

Tenho comigo que um dos mais graves problemas que atrapalham o desenvolvimento do país é o nosso sistema político-eleitoral: inchado, muito oneroso, com excesso de personagem e partidos (33 partidos), que não representa todos os setores da sociedade e onde os partidos são extremamente fracos – o que provoca infidelidade e fisiologismo.

Em função disso, a eleição se torna um jogo de cartas marcadas, quase que um sistema de capitania hereditária, onde o que está fora não entra e o que está dentro dificilmente sai. O presidemente e seus 1, 2 e 3 são exemplos de como a política se torna um feudo.

Outro exemplo de como o sistema político que temos é corrompido vem do chamado “Centrão”, esse conglomerado de parlamentares e partidos que escancara o jogo do fisiologismo, com o famoso toma-lá-dá-cá, o franciscano ‘é dando que se recebe’. Está aí o presidemente, mais uma vez, que não me deixa mentir, barganhando sua sobrevivência política a troco de verbas para compra de tratores, máquinas, automóveis, iates, bicicletas, patins e chicletes.

Tudo isso poderia ser evitado, se:

👉 O número de partidos fosse reduzido;

👉 Houvesse uma regra rígida de fidelidade partidária;

👉Tivéssemos uma reforma eleitoral, de modo a tornar o voto (eletrônico) realmente representativo;

👉 Houvesse efetiva transparência com os gastos dos parlamentares, acabando de vez com as excrecências de auxílio pra isso, auxílio para aquilo, verbas pra aqui e pra ali, gabinetes entulhados de funcionários efetivos, afetivos, laranjas, mexericas, limões e bananas-caturra.

Certamente que essa máquina do sistema político do país é muito poderosa, não é fácil de ser reformada. Lembro-me de um político, Miro Teixeira, que – coitado! – vivia batendo na tecla da reforma política. Por volta de 1900 e kafunga, chegou a conversar com Michel Temer, então presidente da Câmara, que lhe prometeu “estudar com carinho a proposta”. Já aposentado, depois de forjar um golpe e ter usufruído das benesses da presidência, o temeroso deve estar estudando a proposta do Miro até hoje.

As eleições de 2022 já batem à porta e o jogo de cartas marcadas já se prepara para (!) sua exibição de gala. Melhor seria dizer: de cédulas marcadas, como quer o presidemente? Ele pensa: - Enquanto o senhor lobo da ditadura não vem, vamos bagunçando a vida do Chapeuzinho com esse tal de voto impresso, talquey?

Como disse alguém, que não sei quem: O Brasil pra ficar ruim vai ter que melhorar muito.

Etelvaldo Vieira de Melo


2 comentários:

Unknown disse...

Etevaldo
Este texto deveria ter sido lido, hoje, nas manifestações, nos jornais do meio-dia. É um texto para ser conversado nad mesas de boteco, rodas de amigos, salas de aula. Assim, como se conversa sobre futebol, precisamos conversar sobre política. Parabéns pelo texto. Ele é primo do texto anterior, da semana passada.
Mauro Passos

Unknown disse...

Pois é tem uma musica do Eduardo bombando nas radio chama-se. Cuidado. Vendemos nosso alma para o Diabo e agora não adianta reclamar. Pensemos muito o que nos queremos para nós? Abraço tio Etelvaldo

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