NO CAMINHO, UMA PEDRA


 (PARAFRASEANDO CARLOS)   

Disseste que no meio do caminho

Haveria de ter uma pedra.

Curioso, quis saber qual, já que caminhos são tantos:

Uma estrada, passagem, uma via.

Uma simples trilha? Seria?

Nada precisaste.

 

Pedra tem de todo tamanho.

Cuidadoso, perguntei: qual?

Uma rocha, um pedregulho

Ou uma simples pedra?

Nada detalhaste.

 

O que afirmaste com certeza

É que uma pedra iria estar

No meio do caminho.

Nem à esquerda, tampouco à direita

Simplesmente no meio do caminho.

 

Assustei com essa ideia

De uma pedra que não sei qual

Em um caminho que não sei onde

Que não sei como.

 

Foste tu, anjo torto, quem me disse

Pra ser estrangeiro na vida

Andar pelo acostamento

Caminhar pelas beiradas

Porque no meio do caminho

Haveria de ter uma pedra

 

Uma pedra que haveria de estar

Lá no meio do caminho.

 

Etelvaldo Vieira de Melo

 

2 comentários:

Adriana disse...

👏🏽👏🏽

mgracarios@gmail.com disse...

Maravilhoso, esse poema. Questionador, lírico, bem elaborado. Parabéns, Tel. Continue flechando a madura maçã do amor literário.

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